De acordo com Álvaro Pinto Dantas de Carvalho
Júnior, trineto de Cícero Dantas Martins (o Barão de Jeremoabo) as terras onde hoje situa-se a cidade de Fátima pertenceram ao avô do Barão, o Capitão-mor
João Dantas dos Imperiais, que comprou essas terras em 1832 da já decadente
Casa da Torre, nome dado aos descendentes de Antônio Garcia D’ávila. Ainda
segundo o mesmo autor, o avô do Barão também comprou outros inúmeros sítios e
fazendas na região, tornando-se o substituto dos D’Ávila no sertão.
Embora tenha nascido na fazenda Caritá, no
município de Jeremoabo, Cícero desenvolve uma simpatia considerável pela
freguesia do Bom Conselho (atua cidade de Cícero Dantas), onde o Frei Apolônio de Todi tinha
erguido, com o consentimento do seu avô, uma capela, em torno da qual havia se
formado uma pequena vila ainda no século XVIII.
O apreço dele pela freguesia do Bom Conselho
era tal que pediu a sua família para lá o enterrarem e que, se sua morte fosse
distante daquela localidade, levassem ao menos o seu coração para lá
sepultá-lo.
Foi naquela freguesia que ele iniciou a sua
vida política e posteriormente passou a exercer a sua autoridade de forma inconteste
em toda a região. Foi assim em 9 de julho de 1875, quando conseguiu junto ao
governo da Bahia a elevação da localidade a Vila, através de resolução provincial
de 09 de junho daquele ano. No ano seguinte tomaria posse como presidente da
Câmara municipal de Bom Conselho.
Devemos lembrar aqui que a resolução provincial
editada a pedido do Cícero Dantas Martins fez com que uma grande área de terras
no entorno da agora Vila do Bom Conselho deixasse de pertencer a sua família a
passasse a compor a área territorial desta e que as pequenas fazendas que
edificavam-se nas terras do atual município de Fátima, desmembrada de Cícero Dantas
111 anos depois também deixaram de pertencer ao clã dos Dantas.
Em outras palavras, foi uma atitude do próprio
Barão de Jeremoabo que iniciou o processo de formação da Vila de Bom Conselho que posteriormente deu origem à Fátima que
hoje habitamos.
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