O foco desse blog é a pesquisa da história do Sertão baiano.

terça-feira, 12 de abril de 2022

A torre de Fátima.

 


                Fátima hoje conta com mais de uma torre de telefonia ou para veicular o sinal da Tv aberta. Os monolitos de metal se erguem na antiga Serra do Mocó, que é assim chamada desde, pelo menos, 1916. Essas torres são parte da paisagem da cidade e comunidades vizinhas há anos.

            Por muito tempo, entretanto, apenas uma única torre solitária ficava ali instalada. O monumento, erguido para proporcionar ao fatimense sintonizar a TV Bahia (sim, por anos, só era possível assistir a esse canal especifico) infelizmente protagonizou episódios terríveis quando algumas pessoas decidiram saltar para a morte dos vários metros de altura da estrutura.

            A história dessa primeira torre tem início a 7 de março de 1990, na gestão de Osvaldo Ribeiro, quando a Câmara Municipal de Vereadores que funcionava ao lado do atual PSF da avenida Nossa Senhora de Fátima (Exatamente na casa da professora aposentada Gerinalda dos Anjos) autorizou o executivo municipal, através do projeto de lei N° 68, a comprar de 702 metros quadrados nas terras do senhor José Ferreira Sobrinho (Zé da Barreira) a fim de ali construir a estação parabólica Tv Bahia.

            De acordo com o ex-prefeito Eduardo Pires, que na época era o presidente da Câmara, o deputado Zé Lourenço adquiriu o equipamento necessário e doou ao município. Na época, uma única torre, como dito, foi erguida e tinha a função específica de viabilizar o sinal da Tv Bahia para o fatimense. Já nos anos 2000 outras torres foram sendo erguidas e outros canais puderam ser sintonizados. Mais recentemente as operadoras de telefonia também ergueram outras estruturas.

Moisés Santos Reis Amaral, Professor há 20 anos do Município de Fátima, Licenciado em História pela Uniages com especialização em História e Cultura Afro-brasileira, Mestre em Ensino de História pela Universidade Federal de Sergipe. Autor das obras: Manual Didático do Professor de História, O Nazista e da HQ Histórias do Cangaço.

 

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quarta-feira, 6 de abril de 2022

A Construção da barragem de Abel.

Barragem de Abel - Google earth.


Se você já trafegou entre a sede do município de Fátima e os povoados de Panelas, Araçás, Paus Pretos e outros, certamente já atravessou a estreita estrada formada pela barragem do proprietário de terras Abel Borges. Hoje vamos contar a história de como surgiu aquela estrutura.

Era o ano de 1987 e a câmara de vereadores se via diante de um impasse. De acordo com o ex-prefeito Eduardo Pires, a estreita rodagem que ligava o povoado Cantos aos povoados acima citados, passava por trás da propriedade de Abel Borges e de seu sogro (sr. Bilau). a entrada era um pouco acima da atual, um caminho carroçável que ficava intransitável em tempos de chuvas. Nessas épocas, o riacho que corta a propriedade ficava cheio e impossibilitava a passagem, o que forçava os transeuntes a cortar caminho por dentro da propriedade onde hoje fica a dita barragem.

Naquele período, a passagem de pessoas, carroças e automóveis por dentro da propriedade incomodou os proprietários. Abel, homem influente na política, primo do então vice-prefeito Augusto Borges, protestou contra a situação e um projeto de lei foi parar na câmara com o intuito de desapropriar parte das terras a fim de ali criar uma estrada pública, o que causou protestos por parte do possuidor das terras.

No dia 6 de abril de 1987, foram à câmara de vereadores, conforme registro no livro da casa, Abel Borges e João Maria para tratar de um acordo costurado pelo então prefeito. Na sessão da mesma data, ficou acordado que o projeto de lei que previa a desapropriação das terras seria abandonado, em seu lugar, lavraria-se em ata um acordo onde a prefeitura se comprometeria a construir um paredão de pedra e cascalho na propriedade particular de Abel, sobre o qual seria criada uma estrada pública.

O paredão formaria ali uma aguada que seria a contrapartida da prefeitura para o dono da terra que se comprometeu naquela mesma ocasião a não instalar cancelas que impedisse a livre passagem dos munícipes.

Assim foi feito e desde então a situação foi resolvida. Hoje, mais de 35 anos depois o acordo continua sendo honrado, a barragem continua de grande serventia para Abel Borges e vizinhos e a estrada ainda serve a todos que dela necessitam.

 

Moisés Santos Reis Amaral, Professor há 20 anos do Município de Fátima, Licenciado em História pela Uniages com especialização em História e Cultura Afro-brasileira, Mestre em Ensino de História pela Universidade Federal de Sergipe. Autor das obras: Manual Didático do Professor de História, O Nazista e da HQ Histórias do Cangaço.

 

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Sino da Igreja de Fátima, 1949.


 

No dia 10 de maio de 1949 o Padre Renato faz o registro da doação do sino para a capela de Montalverne. Na oportunidade, o religioso, pároco da Matriz de Bom Conselho, Registra a doação feita pelo engenheiro Lauro Farani de Freitas, diretor da Viação Férrea Leste Brasileira.

Se o leitor for atento, vai lembrar que essa foi a empresa responsável pela obra da ferrovia que cortaria diversas localidades do município de Fátima, como Serra Velha, Jurema e Lagoa da Volta.

O engenheiro benfeitor do arraial de Montalverne é o mesmo que dá nome à cidade baiana de Lauro de Freitas. Por uma infeliz coincidência, ele viria a falecer no ano seguinte, em um acidente aérea na cidade de Bom Jesus da Lapa.

A presença do engenheiro por essa região provavelmente se deu em virtude dos estudos que a empresa que presidia fazia na área para as obras da ferrovia que começaria um ano após a doação do sino da atual igreja matriz de Fátima. De acordo com os registros, Lauro de Freitas ainda doou os sinos das capelas de Antas e Mirandela. O vigário termina o relato com um agradecimento:

 

“Muitas bençãos para o benfeitor e sua digníssima família”

 

Moisés Santos Reis Amaral, Professor há 20 anos do Município de Fátima, Licenciado em História pela Uniages com especialização em História e Cultura Afro-brasileira, Mestre em Ensino de História pela Universidade Federal de Sergipe. Autor das obras: Manual Didático do Professor de História, O Nazista e da HQ Histórias do Cangaço.

 

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