O foco desse blog é a pesquisa da história do Sertão baiano.

quarta-feira, 6 de abril de 2022

A Construção da barragem de Abel.

Barragem de Abel - Google earth.


Se você já trafegou entre a sede do município de Fátima e os povoados de Panelas, Araçás, Paus Pretos e outros, certamente já atravessou a estreita estrada formada pela barragem do proprietário de terras Abel Borges. Hoje vamos contar a história de como surgiu aquela estrutura.

Era o ano de 1987 e a câmara de vereadores se via diante de um impasse. De acordo com o ex-prefeito Eduardo Pires, a estreita rodagem que ligava o povoado Cantos aos povoados acima citados, passava por trás da propriedade de Abel Borges e de seu sogro (sr. Bilau). a entrada era um pouco acima da atual, um caminho carroçável que ficava intransitável em tempos de chuvas. Nessas épocas, o riacho que corta a propriedade ficava cheio e impossibilitava a passagem, o que forçava os transeuntes a cortar caminho por dentro da propriedade onde hoje fica a dita barragem.

Naquele período, a passagem de pessoas, carroças e automóveis por dentro da propriedade incomodou os proprietários. Abel, homem influente na política, primo do então vice-prefeito Augusto Borges, protestou contra a situação e um projeto de lei foi parar na câmara com o intuito de desapropriar parte das terras a fim de ali criar uma estrada pública, o que causou protestos por parte do possuidor das terras.

No dia 6 de abril de 1987, foram à câmara de vereadores, conforme registro no livro da casa, Abel Borges e João Maria para tratar de um acordo costurado pelo então prefeito. Na sessão da mesma data, ficou acordado que o projeto de lei que previa a desapropriação das terras seria abandonado, em seu lugar, lavraria-se em ata um acordo onde a prefeitura se comprometeria a construir um paredão de pedra e cascalho na propriedade particular de Abel, sobre o qual seria criada uma estrada pública.

O paredão formaria ali uma aguada que seria a contrapartida da prefeitura para o dono da terra que se comprometeu naquela mesma ocasião a não instalar cancelas que impedisse a livre passagem dos munícipes.

Assim foi feito e desde então a situação foi resolvida. Hoje, mais de 35 anos depois o acordo continua sendo honrado, a barragem continua de grande serventia para Abel Borges e vizinhos e a estrada ainda serve a todos que dela necessitam.

 

Moisés Santos Reis Amaral, Professor há 20 anos do Município de Fátima, Licenciado em História pela Uniages com especialização em História e Cultura Afro-brasileira, Mestre em Ensino de História pela Universidade Federal de Sergipe. Autor das obras: Manual Didático do Professor de História, O Nazista e da HQ Histórias do Cangaço.

 

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3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Parabéns, professor! Somos admiradores do seu trabalho e empenho em nos informar sobre nossa querida Fátima.

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  3. Muito obrigado, minha querida. Fico muito feliz com o seu comentário.

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