Nas imediações da atual Avenida João Maria de
Oliveira, mais precisamente entre o Hotel Pôr do Sol e o Supermercado Bitencourt,
funcionava o curral onde se abatiam os animais para o consumo da população.
Naquela parte da cidade, por volta dos anos
1950, via-se as tarefas da lida oriunda desta atividade, costume que, aliás,
perdurou até meados dos anos 1980. Algumas mulheres se prestavam ao duro
trabalho de limpar as vísceras para serem vendidas no barracão que ficava na
atual Praça Ângelo Lagoa.
As mulheres que ganham a vida com esse ofício
são, até os dias de hoje, conhecidas como “fateiras”. Atividade de baixíssima
remuneração, exige duro labor à beira do fogo de lenha a fim de escaldar as
partes menos nobres do boi. Comumente, os locais que desenvolvem tal atividade
passam ao observador um aspecto de sujeira e pobreza extrema, o que faz das
fateiras pessoas demasiadamente descriminadas na sociedade.
É possível que o nome atribuído à rua sem
pavimentação e com casas muito modesta (Mela o Bico) tenha sido uma forma pejorativa
de taxar aquela local extremamente desvalorizada da cidade. Quem e porquê criou
esse nome é uma informação que não temos. O certo é que aquela área da cidade
mudou muito com o passar dos anos, as casas simples viraram comércio, tornando aquele ponto bastante valorizado. Um dos metros quadrados mais caros da
cidade atualmente.
A menina que aparece na foto é Valdineide Bispo, Dê de Bispo.
Posicionada em frente à atual clínica Clotíldes Batista (à época, residência da
sua família), ao fundo, onde vemos uma caminhonete, hoje se encontra a Padaria
de Zé Beto, a casa sem reboco à direita fica onde hoje é a Farmácia Mais
barato.
Mais um registro bacana da nossa história
cedido pela personagem da foto ao pesquisador Juan Kléber que gentilmente cedeu
para o Blog HF.
Lembro-me desse lugar e toda sua história
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