O foco desse blog é a pesquisa da história do Sertão baiano.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

O padre Elias manda derrubar a igreja da Vila de Fátima

Moças posam para foto em frente à capela construída por Chico André


1967, a igreja da então vila de Fátima era uma pequena capela, erguida anos antes, por volta dos anos 1950 por Francisco André dos Reis, Chico André, Irmão de Tóta André. O padre Elias, Hoje, Monsenhor Elias, deu uma atribuição ao fatimense Antônio dos Santos Menezes, conhecido como Antônio Menezes. As “ordens” do vigário eram para que o agricultor organizasse a comunidade da vila para erguer uma igreja maior para a crescente população.
Em entrevista concedida ao pesquisador Juan K. Menezes no dia 17 de fevereiro de 2018, Antônio Menezes relata que o padre, que substitui o Padre Renato Galvão, sentia-se demasiadamente incomodado com a quantidade de fiéis que precisavam ficar do lado de fora da igreja em decorrência do seu diminuto tamanho.
Diante do importuno, o Padre deu a ordem para que os fiéis demolissem a pequena capela para a construção de uma maior. O padre Renato Galvão, que à época atuava em Cícero Dantas, mostrou-se cético com a tarefa. De acordo com seu Antônio, ale teria afirmado que em dois anos a construção deveria alcançar pouco mais de um metro de altura, tamanha era a descrença do Padre.
Seu Antônio conta ao entrevistador que relutou em aceitar a tarefa, mas o Padre Elias insistira que ele tomasse a frente e levasse adiante o projeto. Terminou cedendo aos apelos do vigário e a igreja foi demolida. A partir daí o que ele relata é uma verdadeira odisseia composta por leilões, arrecadações e doações para a construção. Segundo seus relatos, bois, bodes e outros itens foram leiloados para arrecadar os fundos.
Os leilões e as diversas novenas foram gerando dividendos para a compra dos materiais, outros, entretanto, eram retirados das redondezas como as setenta carradas de pedras retiradas do terreno de Elias Pereira para a confecção dos alicerces. Nesse última caso, o material não foi cobrado, apenas a diária dos carreiros que manipulavam os carros de boi até a obra (segundo as lembranças de seu Antônio, alguns dos carreiros foram: Ele próprio, Dão Simplício e Antônio Piroca).
E assim, para o espanto do Padre Renato Galvão, a obra fora construída. Segundo seu Antônio, em menos de seis meses. Houve missa na igreja nova celebrada pelo Padre Elias para a felicidade dos fiéis que se empenharam para a construção do templo de sua fé. É perceptível nas palavras de Antônio Menezes o orgulho por ter tido a incumbência de encabeçar a obra de construção da nova igreja da Vila de Fátima.

Igreja após a Ampliação


Este artigo tem como coautor Juan k. Menezes.

2 comentários:

  1. Que curiosa história - agora estamos ficando bem informados sobre trechos importantes da história do minicípio de Fátima. Parabéns professor!

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