Ponto
de encontro da juventude fatimense entre os anos 1980 e 1990, o Bar São Paulo foi ícone de ambas as gerações, embora tenha atingido o seu auge em meados dos anos 90. Criado por um torcedor ferrenho do São Paulo (Milton), o espaço
consistia em um pequeno bar na parte da frente e um salão ao fundo onde os
frequentadores iam para dançar. Era todo ele decorado com as cores do time de
futebol que lhe empresta o nome e com figuras diversas com uma tinta que reagia
à luz negra do ambiente.
O
Bar São Paulo passou posteriormente para Adelmo, corintiano ferrenho que, a despeito
da rivalidade futebolística, manteve o nome tradicional. Rígido com os
horários, Adelmo fazia rondas no salão convidando os menores à saírem do espaço
assim que chegava as dezoito horas. Sempre com a mesma abordagem, batia no
ombro daqueles com aparência mais jovem e dizia: “Vamos lá?”, todos já sabiam
que não poderiam mais ficar pois o horário noturno só era permitido por lei
para os adultos.
Para
a juventude atual, pode parecer estranho, mas era essa a rotina de todas as
quartas, sábados e domingos nos anos 1990. Diversos ritmos musicais ecoavam
ali. Pagode, Axé, forró, Reggae e outros. Pontualmente as dezoito horas ouvia-se
as “músicas lentas” (românticas), geralmente ritmos internacionais que
embalavam os casais dançando juntinhos. Muitas paqueras, namoros e casamentos
tiveram início ali, naquele salão do Bar São Paulo.
Algumas
lendas não deixaram de ser criadas pela imaginação do fatimense. Em virtude das
tradições religiosas, dizia-se que quem olhasse por baixo das próprias pernas
dentro do salão viria “O cão”, o capeta, o cramulhão. Também por isso, muitos
pais não queriam que seus filhos menores frequentassem o local, mas quem nunca
quebrou as regras e entrou escondido no Bar São Paulo?
Com
o passar do tempo, as novas gerações não se interessavam mais pela danceteria,
o espaço foi ficando cada vez mais vazio e acabou fechando, deixando saudade e
muitas histórias daqueles frequentadores que, como eu, esperavam ansiosamente o
domingo para ir ao Bar São Paulo com a “roupa de domingo”, dançar, ver os
amigos e paquerar como todo e qualquer jovem.
Lembro sim muita saudade do Bar São Paulo
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