O foco desse blog é a pesquisa da história do Sertão baiano.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

O Barracão e a Feirinha

Seresteiros na praça do barracão. Anos 1950.

Muitos fatimenses já ouviram pessoas chamarem a atual cidade de Fátima de Feirinha. Por vezes, a denominação é carregada de um tom pejorativo e o fatimenses, por via de regra, não gostam de ouvir a cidade ser assim chamada, sobretudo por pessoas de outros municípios.
            Quando eu entrevistei “Seu Faustino” em 2018, ele me fez um relato detalhado sobre uma construção que, assim como a palavra “feirinha”, também povoa o imaginário do nosso povo.
Seu Faustino me falou sobre o barracão que abrigava a antiga feira da localidade então conhecida como Mocó.
            Pessoalmente eu já tinha ouvido falar desse barracão que ficava na atual Praça Angelo Lagoa, essa, ainda hoje chamada por muitos fatimenses de “Rua Velha” por ser a primeira rua da cidade, erguida durante os 1920 e 1930.
            O barracão foi, segundo Borges (2009), um pedido do próprio fundador da cidade, meu trisavô, Ângelo Lagoa, cujo nome real era Ângelo José de Souza, feito ao coronel mandatário da época e região, Chiquinho Vieira, ancestral da poderosa família Viera de Cícero Dantas.
            A construção do barracão teve o propósito de abrigar uma pequena feira naquela localidade, muito distante do centro urbano mais próximo, Bom Conselho. A inauguração deu-se a 10 de fevereiro de 1935, segundo Borges (2009) e uma pequena feira, ou uma Feirinha passou a funcionar ali desde então até ser transferida para a avenida nossa senhora de Fátima no final dos anos 1980 e chegar à atual localidade, na Praça da Feira já nos anos 2000.
            A pequena feira livre ali estabelecida, trouxe mais comodidade aos fatimenses da época e deu nome à localidade, esta, que ainda nem tinha recebido o status de vila, o que só veio a acontecer em 1960, passou então a ser nomeada popularmente como Feirinha.
           

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