O foco desse blog é a pesquisa da história do Sertão baiano.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

1987, o primeiro ano de Fátima como município autônomo



O nascimento de Fátima como município é datado de 1987, um ano após a emancipação política. Naquele ano, o primeiro prefeito, João Maria de Oliveira, assume a tarefa de organizar a administração pública do recém criado município.
            É preciso lembrar que absolutamente tudo precisou ser criado naquele princípio: órgãos administrativos, secretarias, nomeação de funcionários, mapeamento das necessidades mais básicas, etc.
            De acordo com a reportagem publicada pelo Jornal Tribuna da Chapada, dificuldades consideráveis foram encontradas pela administração. Em entrevista, o prefeito chega a afirmar: “Eu vou dizer pra você, é duro administrar um município recém-emancipado. Você tem que implantar tudo, prefeitura, câmara de vereadores, órgãos de apoio à administração”.
            Outra queixa do chefe do executivo registrada pela equipe do jornal naquele ano foi a demora da chegada das verbas federais aos cofres da nova prefeitura. Nas palavras do prefeito: “Ainda por cima, levei cinco meses administrando com o ICM, pois as verbas federais não chegavam”.
            A demora do repasse do dinheiro federal provavelmente se deu em virtude dos trâmites da burocracia estatal. Durante os cinco meses em que o município teve que se virar com recursos próprios, a administração precisou do apoio de prefeitos vizinhos como o de Poço Verde que aceitou receber as demandas da saúde de Fátima durante aquele período de transição. Sobre a remuneração dos funcionários da saúde o prefeito relata na entrevista ter dito aos seus subordinados: “Aguenta a barra que o dinheiro ainda não chegou”.
            Não há motivos para acharmos que a situação tenha sido diferente nos demais setores do município, sendo provável que todas as áreas padeceram da mesma escassez de recurso. O que é possível depreender a partir dos dados revelados pela reportagem é que a chegada dos recursos impulsionou as melhorias mais necessárias da nova cidade, sobretudo na infraestrutura, pois é possível perceber que, naquele ano, algumas obras de pavimentação de ruas e avenidas foram sendo concretizadas. As fotos da edição do jornal nos leva a tal conclusão. (Tais fotos já foram publicadas aqui no blog).
            A saúde, contudo, pareceu ser, naquele momento, uma das principais dificuldades. A cidade contava com apenas um médico que atendia os pacientes três vezes por semana. Em casos cuja necessidade de atendimento fosse um pouco mais grave, os pacientes eram encaminhados, como já dito, para Poço Verde e até mesmo Aracaju. Tal situação, convenhamos, se mantem até os dias de hoje (2020).
            Na educação, tudo indica que as pequenas escolas municipais construídas ainda no período anterior à emancipação foram minimamente melhoradas e “algumas” (não há a especificação de quantas) foram construídas. A única referência feita na fala do prefeito a uma escola específica foi a “recuperação do prédio da Queimada Grande”.

            A equipe administrativa foi assim organizada:

·         Eduardo pires de Andrade – Chefe de Gabinete;
·         Claudiney Batista de Santana – Secretária da Prefeitura;
·         Marilene Silveira – Diretora Municipal de Educação;
·         Edilene Brito de Almeida – Diretora de Saúde;
·         José Barbosa Reis – Diretor do Colégio Estadual;
·         Josefa Borges Reis – Delegada Escolar;

A primeira legislatura ficou assim composta:

·         José Carlos Silva (Carlinhos de Alfredo);
·         Miguel Correia Andrade (Miguel do Capim Duro);
·         José Pereira Filho (Zelitão);
·         Reginaldo Oliveira Santana (Regi do Capim Duro);
·         José Bispo de Sousa (Bispo);
·         Givaldo Gonçalves de Sousa (Givaldo de Zequinha);
·         Antônio dos Santos Menezes (Antônio Menezes);
·         João Benigno do Rósário;
·         João José do Rosário.

·         O prefeito foi João Maria de Oliveira e seu vice foi Augusto Borges da Silveira.

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