Foto cedida pela família |
José
Antônio de Souza, conhecido entre a população como Zequinha da farmácia,
escreveu alguns capítulos da história desse município. Durante longos anos em
que o poder público negligenciou a saúde do nosso povo, foi na farmácia de seu
Zequinha que o fatimense buscou refúgio nas horas de desespero.
Assim, realizou diversos
procedimentos médicos entre a população, muitos fatimenses que ainda vivem
devem isso à intervenção do médico de Fátima. Zequinha nunca estudou medicina, profissão
à época reservada aos filhos da aristocracia, passou parte da juventude em São
Paulo, ao retornar à Fátima, virou sócio de uma pequena farmácia em Novo Amparo
(atual Heliópolis) com um primo. Este, habilidoso na fabricação de prótese
dentária e no trato com medicamentos, o incentivou a iniciar as atividades de farmacêutico
leigo.
É importante lembrar que nos anos
1970,1980 e em menor medida, nos anos 1990, eram raros os momentos em que
haviam médicos plantonistas, por isso, algumas pessoas, como ele, precisavam
dar conta de tarefas para as quais não tinham formação. Por longos anos,
realizou procedimentos como extração dentária, imobilização de membros
fraturados, pequenas cirurgias, receitou medicamentos, até mesmo partos foram
realizados por Zequinha.
Quando eu era criança, nos anos 1990, lembro
que as pessoas da cidade o encaravam como um médico e, de fato, o era. Um
médico leigo que aprendeu com a experiência a tratar os seus conterrâneos e com
a coragem de solucionar problemas demasiadamente complexos. Lembro de que
quando alguém ficava doente ou sofria um acidente, não hesitava-se em procurar
sua farmácia.
Muitas são as histórias de pacientes
salvos pelas habilidades de Zequinha da Farmácia. As pessoas ficavam gratas
pelos serviços prestados nas horas de aflição e o presenteavam com a simplicidade
do povo do interior e seus agrados: Um capão, um cozido de feijão de corda, um
carneiro e outras lembranças simples, mas sinceros do fatimense grato.
Zequinha nasceu no dia 30 de maio de 1933, teve
sete filhos de dois relacionamentos distintos. Faleceu no dia nove de março de
2017. Seu funeral foi acompanhado por uma multidão, que acompanhou o médico de
tantos anos e tantos socorros na sua última caminhada. É comum encontrar em
qualquer roda de conversa, histórias de procedimentos por ele realizados que
salvaram vidas e ofereceram socorro sem jamais se furtar à missão a ele dada
pelo destino. “O médico de Fátima”.
Parabéns 👏👏👏
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