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Ladislau Reis de Souza ficou conhecido no
sertão baiano como o “Tenente Santinho”. De acordo com texto postado no blog “Lampião
Aceso” do pesquisador Kiko Monteiro, o tenente santinho tinha fama e atitude de
um homem extremamente duro, para não dizer cruel, com os cangaceiros.
Sua fama de homem implacável no combate ao
cangaço ecoou pelos quatro contos em toda essa região. Muitos cangaceiros
pereceram sob o fuzil do tente Ladislau, alguns com requintes de crueldade como
o caso do cangaceiro Baliza, brutalmente torturado, pendurado de cabeça para
baixo em uma árvore e queimado vivo pelo cruel Tenente.
Na obra “O mundo estranho dos cangaceiros”,
do renomado escritor Estácio de Lima, Ângelo Roque, o Labareda, narra com
detalhes as suas andanças pelos sertões enquanto combatia nas frentes do
cangaço. Labareda relata a chegada do seu grupo no lugar chamado Monte Alegre,
onde foi surpreendido pela volante do tenente Santinho. Segundo Labareda, o
grupo foi recebido por um vaqueiro de nome Manoel Gregório. Era um dia de
domingo e o bando descansou, comeu e dançou. Entretanto, a volante comandada
por Santinho entrou em pesado confronto com o grupo de cangaceiros. Ainda segundo
os relatos de Labareda ao professor Estácio de Lima, um dos cangaceiros foi
baleado e morreu na hora, sua cabeça foi cortada pelos soldados e levada à
Jeremoabo.
De acordo com relatos de antigos moradores de
Fátima, Monte Alegre foi um dos nomes através dos quais Fátima foi chamada no
passado. Borges (2006) chega a firmar que tal nomenclatura fora dada à povoação
por conta da alegria do seu povo, o que eu, pessoalmente, acho improvável.
Mas voltando ao caso do Monte Alegre narrado
por Ângelo Roque, eu conversei com Kiko Monteiro e buscamos evidências que nos
fizessem acreditar que tal povoação era, de fato, a atual cidade de Fátima. Neste
caso, até existe uma cidade homônima em Sergipe, mas de acordo com a narrativa
de Labareda, conhecido pela excelente memória, o grupo estava na região de Paripiranga,
onde sobe o Vaza Barris, assassina um soldado na Ponta da Serra, em Adustina, e
Segue para Monte Alegre. Esses fatos, de acordo com sua narrativa ocorrem em
questões de poucos dias (A Estimativa feita por Kiko Monteiro é que, de Paripiranga
à Monte Alegre Sergipana levaria pelo menos uma semana de caminhada). Tudo isso,
aliado ao fato de a volante do Tenente Santinho, ser mais atuante no sertão
baiano e não no estado de Sergipe, nos leva a crer que, de Fato, o povoamento
citado por Labareda e reproduzido por Estácio de Lima em seu livro era
realmente Fátima.
Já era sabido que o bando de Ângelo Roque, o Labareda,
atuou fortemente por toda essa região, contudo, a história citada na obra “O
Mundo Estranho dos Cangaceiros”, coloca Fátima definitivamente no rol dos
cenários das lutas entre cangaceiros e soldados nos anos 1920/1930. Um outro
dado curioso é que a morte de um cangaceiro pela volante e a sua decapitação,
por via de regra, significa que o corpo do bandoleiro sem a cabeça foi
enterrado no local da morte, ou seja, em solo fatimense. O relato de Labareda
nos leva a crer que o combate com a volante de Santinho se deu nos arredores do
povoamento de Monte Alegre, contudo, o seu local exato é desconhecido.
O tempo decorrido desde o acontecimento,
possivelmente fez com que a história se perdesse na memória do fatimense,
entretanto, histórias de cangaceiros são recorrentes entre as pessoas mais
velhas em nossa cidade. Essa história específica, possivelmente contribuiu para
a formação de todo esse enredo popular.
Legal: - https://blogdomendesemendes.blogspot.com/2020/03/santinho-o-sanguinario-tenente-que.html
ResponderExcluirO meu blog está com defeito e não recebe comentários. Caso queira se contactar comigo entre em contado através deste g-mail: josemendesp58@gmail.com
ResponderExcluirjoshttp://blogdomendesemendes.blogspot.com/2020/03/jornal-de-paripiranga-noticia-passagem.htmlemendes
ResponderExcluirTenho varios livros sobre o cangaço e eztive la onde Virgulino e seu bando foram mortos.Gostaria de saber sobre Moderno cunhado de Lampião.
ResponderExcluirBom dia. Não sou pesquisador do cangaço, pesquiso história regional e, por consequência, adentro a temática do cangaço, mas essa não é a minha especialidade. Posso te indicar um cara que sabe tudo desse mundo bandoleiro. Procure por Kiko Monteiro no blog Lampião Aceso. Lá vc encontrará o que procura. Abraço.
ResponderExcluirPreciso do contato do dono deste blog.
ResponderExcluirMeu nome é Moisés, pode entrar em contato pelo número 75 999313322.
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