Nos primórdio
da colonização portuguesa no Brasil, ainda nos anos 1500. Garcia de Souza D’Ávila,
patriarca da família da casa da torre, introduz na colônia o gado bovino. Mal
sabia ele que aquele animal trazido à duras custas deixaria tão profundas marcas
entre o povo nordestino.
Através
dos seus colaboradores, as fazendas de gado ligadas à Garcia D’Ávila e seus
descendentes povoariam boa parte do nordeste. Utilizando o leito dos rios como
estradas, os vaqueiros abriram caminho entre a caatinga em busca de áreas para
pastagem, expulsaram os índios das terras desejadas e estabeleceram povoações
que, séculos mais tarde, se tornariam cidades.
Em artigo
publicado no jornal aracajuano “A cidade” em 13 de agosto de 2011, o professor
do departamento de história da UFS, Francisco José Alves, analisa as heranças
da cultura da criação de gado entre a gente sergipana e é impressionante como
tais marcas culturais se assemelham às nossas, mostrando como é forte a
identificação do fatimense e de municípios vizinhos com o estado de Sergipe.
No
campo simbólico, temos na região diversas localidades com nomes que remetem ao
boi. Em Fátima, temos a localidade da “Vaca Brava” e "cabeça do boi", por exemplo.
Na culinária
os traços são ainda mais visíveis, além das diversas formas de consumo da carne
bovina, o queijo, o requeijão e a manteiga à venda nas feiras livres são o DNA
da cultura bovina entre nós. No vestuário do nordestino, algumas peças como as botas e as
sandálias de couro também são traços dessa herança.
Provérbios como o que diz, "Amigo é boi de carro, que anda junto e não briga" são exemplos da cultura bovina entre nosso povo.
Provérbios como o que diz, "Amigo é boi de carro, que anda junto e não briga" são exemplos da cultura bovina entre nosso povo.
Para
além disso, no campo do folclore, diversas ocasiões festivas têm centralidade
na cultura do boi como as cavalgadas (tão em voga na atualidade) a sempre
presente vaquejada e, as já não muito comuns, Missa do vaqueiro e Pegas de
Novilhas.
Quando
criança, me lembro de ir assistir a um evento de “Pega da Novilha” na fazenda
tabuleiro, município de Adustina. Lembro-me, também, das missas de vaqueiro na
cidade de Fátima, ocasiões festivas onde as heranças dos costumes relacionados
ao boi emergem como um lembrete de uma passado muito distante.
Fazenda Tabuleiro em Adustina?
ResponderExcluirSó conheço um lugar com esse nome, aqui próximo a fazenda Lajes.