A
comunidade fatimense cognominada Serradinha, por várias gerações, foi povoadas
por uma dúvida. Seria aquela comunidade, composta majoritariamente por negros, um
resquício de um quilombo que ali se desenvolvera nos anos do escravismo no
Brasil?
Em
2010, um trabalho encabeçado por acadêmicos do curso de história da UNIT levou
a cabo esse questionamento. Na oportunidade, os pesquisadores fizeram um
profundo levantamento das origens da Serradinha que virou um documentário, hoje
disponível gratuitamente no Youtube cujo link está exposto abaixo.
As
informações obtidas na ocasião da pesquisa dão conta de que os moradores possuem
laços de parentescos, rastreados para um ancestral em comum. Seu nome era José
Cirilo dos Santos, conhecido como Zé Grande.
De
acordo com relatos dos próprios descendentes de Zé Grande, os fundadores da Serradinha
nasceram em Simão Dias, na localidade Mata do Cajueiro. São, basicamente, a
família do senhor Zé Grande que migrou para a região, já nó pós escravidão. Estabelecendo-se
como mão de obra nas terras que pertenciam ao fazendeiro Joaquim Borges de
Santana, Nascido em 1897 e falecido em 1960
Zé
grande e sua família compunham a mão de obra da fazenda açucareira denominada Mercador
(No atual municípios de Simão Dias), Fundada em 1842. Por aquele período a
economia açucareira já não gozava mais dos seus melhores anos que foram o final
do século XVI e meados do XVII) pode residir aí o motivo da saída daquelas
pessoas do referido engenho.
O trabalho
de Zé Grande na fazenda Mercador, cuja enorme chaminé do antigo engenho ainda
hoje pode ser vista próximo à Simão Dias, consistia nas atividades diretamente
ligadas à lida da produção açucareira. O corte da cana, a moagem, o processo de
purgar e a produção do açúcar como um todo.
De acordo
com o apurado, a família de Zé Grande, composta, inclusive por escravos
libertos, migrou para a atual região da Serradinha onde seus descendentes ainda
hoje vivem em pequenas propriedades adquiridas ao longo dos anos.
A pesquisa
citada trouxe à tona a origem daquela comunidade. Assim sendo, é possível concluir
que a Serradinha não foi um quilombo nem foi fundada por escravos. Sua
população negra foi formada à partir da família de descendentes de escravos que
passou a ali viver no início do século XX.
A
biocenose que hoje Vive predominantemente da agricultura Luta para manter as
suas tradições, sofrendo com as anos de abandono das autoridades que dela só
lembram em ano eleitoral. Tal abandono é provocador de um cenários lastimável
no qual vivem aquelas pessoas.
A despeito
das adversidades enfrentadas pelos moradores da Serradinha, estes ainda conservam
as tradições de seus ancestrais traduzidas em danças e cantos, compostas por um
forte sincretismo religioso.
Link do documentário:
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