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Mostrando postagens de abril, 2020

Como Fátima e municípios vizinhos surgiram dentro das terras do Barão de Jeremoabo?

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Disponível em:  https://www.facebook.com/prefeituradefatimabahia/posts/1910284022614762/ O primeiro ponto a ser destacado na pergunta que nos serve aqui de problema balizador é como essas terras chegaram à família Dantas, linhagem de Cícero Dantas Martins, o Barão de Jeremoabo.             A família D’ávila, da Casa da Torre, foi a responsável pela colonização de toda essa região com a expansão da pecuária bovina ainda nos anos 1700, embora o patriarca da casa da torre, Garcia de Sousa D’ávila tenha chegado ao Brasil ainda antes, nos anos 1500.             A família Ávila ostentou por séculos, durante quase todo o período colonial, o maior latifúndio de que se tem notícia na história do Brasil. Contudo, com a proclamação da república e seus desdobramentos políticos, a Casa da Torre inicia o seu processo de decadência. É nesse período que o Capitão-mor João Dantas...

Documento mostra que o território de Fátima pertencia à família do Barão de Jeremoabo

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O documento, que transcrevo aqui em parte, foi levantado por Santana (2008) junto ao acervo do Arquivo Público do Estado da Bahia. Trata-se de uma declaração feita por um morador da atual comunidade do São Domingos, no município de Fátima, datado de 12 de dezembro de 1949. A finalidade da declaração era ajudar na elucidação das dúvidas referentes à linha que dividia os municípios de Bom Conselho (Cícero Dantas) e Paripiranga. A razão do litígio era a fazenda Queimadas (atual Adustina). Vejamos: Eu, Maurício José de Santana, com 70 anos de idade, nascido na fazenda São Domingos, propriedade do Barão de Jeremoabo, Residente na Fazenda Monte Alegre (atual município de Fátima), declaro em sã consciência, a bem da verdade e sob juramento: ·          Que a fazenda de João Vieira de Andrade, ponto de referência no decreto da criação da freguesia e município de Patrocínio do Coité, Hoje Paripiranga, desmembrado da freguesia do Bom Conselho ...

A comunidade da Serradinha e suas heranças africanas.

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A comunidade fatimense cognominada Serradinha, por várias gerações, foi povoadas por uma dúvida. Seria aquela comunidade, composta majoritariamente por negros, um resquício de um quilombo que ali se desenvolvera nos anos do escravismo no Brasil? Em 2010, um trabalho encabeçado por acadêmicos do curso de história da UNIT levou a cabo esse questionamento. Na oportunidade, os pesquisadores fizeram um profundo levantamento das origens da Serradinha que virou um documentário, hoje disponível gratuitamente no Youtube cujo link está exposto abaixo. As informações obtidas na ocasião da pesquisa dão conta de que os moradores possuem laços de parentescos, rastreados para um ancestral em comum. Seu nome era José Cirilo dos Santos, conhecido como Zé Grande. De acordo com relatos dos próprios descendentes de Zé Grande, os fundadores da Serradinha nasceram em Simão Dias, na localidade Mata do Cajueiro. São, basicamente, a família do senhor Zé Grande que migrou para a região, já nó pós escr...

Fátima: Heranças da cultura do gado vacum

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Nos primórdio da colonização portuguesa no Brasil, ainda nos anos 1500. Garcia de Souza D’Ávila, patriarca da família da casa da torre, introduz na colônia o gado bovino. Mal sabia ele que aquele animal trazido à duras custas deixaria tão profundas marcas entre o povo nordestino. Através dos seus colaboradores, as fazendas de gado ligadas à Garcia D’Ávila e seus descendentes povoariam boa parte do nordeste. Utilizando o leito dos rios como estradas, os vaqueiros abriram caminho entre a caatinga em busca de áreas para pastagem, expulsaram os índios das terras desejadas e estabeleceram povoações que, séculos mais tarde, se tornariam cidades. Em artigo publicado no jornal aracajuano “A cidade” em 13 de agosto de 2011, o professor do departamento de história da UFS, Francisco José Alves, analisa as heranças da cultura da criação de gado entre a gente sergipana e é impressionante como tais marcas culturais se assemelham às nossas, mostrando como é forte a identificação do fatimen...

Objetos voadores não identificados no céu de Fátima

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Imagem ilustrativa: Disponível em:  https://visao.sapo.pt/exameinformatica/noticias-ei/insolitos/2019-11-13-ovni-em-portugal-nao-sao-os-satelites-da-spacex/ Hoje, dia 11/04/2020, uma série de objetos voadores não identificados foram avistados no céu de Fátima. Pessoalmente não sei dizer o que eram nem estou afirmando se tratar de discos voadores, o fato é que daqui de casa ouvi os vizinhos agitados e comentando. Quando saí para ver pude notar diversos pontos luminosos (cerca de 20) cruzando o céu noturno. Como é possível perceber na imagem, alguns variavam a luminosidade enquanto seguiam uma trajetória reta. Por vezes avistou-se mais de uma em sequência. O que eram? Não sei, mas foi bacana de ver. 

Conhece alguém que já cavou uma botija?

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É sabido que o sertanejo dos séculos XVIII, XIX e início do século XX viviam em um mundo muito diferente do que conhecemos hoje. Expostos a ausência quase que completa do Estado, aquelas pessoas fortes tocavam suas vidas de forma autônoma e, com frequência, arrumavam soluções criativas para resolver os seus problemas cotidianos. A ausência de bancos e a presença de criminosas de diversos naipes, cangaceiros! Inclusive, levou a adoção de um hábito bastante peculiar. Era relativamente comum que algumas pessoas, ao juntar uma quantidade significativa de dinheiro, buscasse locais seguros para depositar o seu pequeno tesouro longe das garras de malfeitores. O costume de enterrar importâncias em dinheiro, ouro, prata ou pedras preciosas é bastante antigo. É conveniente lembrar das histórias de piratas e corsários dos século XVI a enterrar os seus baús de tesouros em ilhas distantes. Aqui no nordeste, essa prática parece ter chegado junto com o colonizador. Não é possível precisar ...

Lenço sobre a cabeça. Herança da tradição árabe

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Quem cresceu em Fátima e região, certamente já encontrou com uma senhora nas ruas ou mesmo tem uma tia ou avó que costuma cobrir os cabelos com fino lenço de pano. Mas de onde vem esse costume?             Esse adereço não tem a finalidade, como costumamos pensar, de proteção contra o sol ou, tampouco, serve para carregar objetos sobre a cabeça. Sua origem, supreendentemente vem da distante cultura árabe.             A tradição de cobrir os cabelo é muito comum na cultura árabe, é um sinal de recato feminino. Os cabelos são considerados demasiadamente íntimos para serem mostrados em público. Originalmente as mulheres muçulmanas utilizam a burca, traje feminino que só deixa, quando muito, os olhos das mulheres à mostra.             De acordo com o historiador Francisco José Alves, esse costume chegou até o nordeste ...

Esse menino é “os pé de Zé Sereno”!

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Quem cresceu em Fátima e região, provavelmente já escutou essa expressão. Aplicada à crianças traquinas, danadas em demasia, é uma expressão que remonta, provavelmente às origens da cidade, mais precisamente, ao tempo em que cangaceiros e cangaceiras perambulavam por essas caatingas que nos cerca.               Zé sereno foi um dos grandes nomes do cangaço. Compadre de Lampião, ele e sua companheira, Sila, estiveram entre os poucos sobreviventes do massacre de Angico, onde morreram, Lampião, Maria Bonita e mais nove cangaceiros.             José Ribeiro Filho, o Zé Sereno, nasceu no dia 25 de agosto de 1913 em Chorrochó, Bahia. Zé sereno entra para o bando de Lampião após intriga com um policial. Combate ao lado do capitão Virgulino por vários anos, quando finalmente é autorizado a criar seu próprio grupo.         ...

CORDELIZANDO A HISTÓRIA E AS ESTÓRIAS

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Autor: Cidney Nascimento VOCÊ DIZ QUE É DE FÁTIMA E NÃO CONHECE...!? Se tu és um(a) fatimense Precisa a nossa história estudar Se não conhecer teu passado Vai ficar emocionado Com o que vou te contar. Memória, é a garantia Da nossa identidade É um sentimento de pertença De valores, costumes e crenças Da nossa querida cidade. Se Você diz que é de Fátima Tem que ter boas lembranças Das pessoas, dos momentos Alegrias, sofrimentos Do seu tempo de criança. Mocó, Monte Alverne e Feirinha Foram os nomes recebidos De uma Vila promissora Hoje, cidade acolhedora De um povo destemido. Se és um bom fatimense E conheces nosso chão Sabes que foi Ângelo Lagoa O seu nome ainda ecoa Pela primeira construção. Da independência política Jamais devemos esquecer De João Maria de Oliveira Que sempre enfrentou os Vieira Sem jamais retroceder. A política desde sempre Em Fátima foi uma agonia João Maria e Augusto Queriam a todo custo Comandar a freguesia. Isso nã...