Vaca Brava, Fátima, Bahia
A comunidade de Vaca Brava
é uma antiga povoação situada nos limites do município de Fátima, na região de
tríplice fronteira com Heliópolis e Poço Verde. Sua ocupação
remonta ao avanço da pecuária pelo sertão baiano, tendo essa origem nitidamente
refletida no próprio nome da localidade.
Os registros históricos sobre a
região são escassos, porém não inexistentes. Nos Registros Eclesiásticos de
Terras de 1856, há uma declaração de posse referente à Fazenda Tamburi,
que menciona como áreas limítrofes as fazendas Tabua, Poço Verde
e Vaca Brava. Tal referência indica que o topônimo Vaca Brava já
era utilizado pelo menos desde 23 de junho de 1859.
Um documento posterior oferece
novas luzes sobre a história local: trata-se do inventário de 1948 de Januário
Rodrigues dos Reis, falecido em 18 de janeiro daquele ano, na
própria localidade de Vaca Brava. A viúva, Josefa Maria de Jesus, deu
entrada no processo de inventário, que tramitou parcialmente nas cidades de Cícero
Dantas e Poço Verde. Nesta última aparecem nomes de destaque
regional, como Sebastião da Fonseca Dórea, então tabelião e figura
proeminente da localidade.
Josefa, com 76 anos à
época (nascida em 1872), não informa o local exato de nascimento, mas
seus filhos — cinco ao todo — são declarados como naturais de Vaca Brava,
alguns nascidos ainda no século XIX:
- Rafael
Rodrigues dos Reis, sem indicação de idade;
- José
Rodrigues de Matos, solteiro, 46 anos (n. 1902);
- Maria
Etelvina de Jesus, solteira, 53 anos (n. 1895);
- Isabel
Maria de Jesus,
solteira, 52 anos (n. 1896);
- Raquel
Almeida de Jesus,
sem indicação de idade.
Esses registros permitem afirmar
a existência de moradores fixos em Vaca Brava desde o final do século XIX.
Contudo, com base em anos de pesquisa documental e comparações genealógicas, é
plausível supor que a presença humana e as primeiras residências na região
datem de pelo menos a década de 1830, vinculadas à expansão das fazendas de
gado e ao povoamento do sertão
Moisés Reis é
professor há 24 anos no município de Fátima (BA) e Membro da ABLAC (Academia
Brasileira de Letras e Arte do Cangaço). Licenciado em História pela UNIAGES,
com especialização em História e Cultura Afro-Brasileira pela UNIASSELVI, é
mestre em Ensino de História pela Universidade Federal de Sergipe (UFS). Autor
de diversas obras, entre elas Manual
Didático do Professor de História, O Nazista, Fátima:
Traços da sua História, O
Embaixador da Paz, Maria
Preta: Escravismo no Sertão Baiano e Últimos Cangaceiros: Justiça, Prisão e Liberdade.
Também produziu a HQ Histórias
do Cangaço e o documentário Identidade
Fatimense. Sua pesquisa concentra-se na história do sertão baiano,
com ênfase na sociedade do couro, nos processos de ocupação, nas relações de
poder e nas memórias coletivas da região.
Contato: 75 999742891
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