O foco desse blog é a pesquisa da história do Sertão baiano.

terça-feira, 14 de setembro de 2021

Padre Renato registra morte do Cel. Chiquinho Vieira

 

            No dia 17 de julho de 1949 um então poderoso chefe político local dava os seus últimos suspiros. Seu nome, Francisco Andrade Vieira. O Coronel Chiquinho Vieira foi o maior expoente político local do seu tempo. Amigo do Barão de Jeremoabo e do seu filho, Dantas Júnior, ocupou posições de destaque na política.

            Nascido em 1872, Chiquinho Vieira, como era conhecido, formou-se em ciências jurídicas e sociais, foi intendente de Bom Conselho em 1899 e ocupou o cargo de Juiz quando a cidade já se chamava Cícero Dantas.

            Mesmo quando não ocupava cargos políticos na cidade, indicava aliados e, a despeito de ter amargado alguns anos na oposição, com frequência, fazia valer a sua vontade. Nos anos 1920, por exemplo, foi a Chiquinho Vieira que Ângelo Lagoa, solicitou autorização para instalar uma feira embaixo de um barracão e de uma árvore na atual Praça Ângelo Lagoa.

            O registro do seu falecimento, com dito, foi feito pelo Padre Renato Galvão, que se tornaria prefeito da mesma cidade anos mais tarde. Na oportunidade o religioso escreve:

 

Aos 17 de julho de 1949, nesta cidade, por volta das 13 horas, confortado com o juramento da igreja, faleceu em sua residência o senhor Francisco Vieira de Andrade [...] contava com 77 anos, era velho chefe político do município onde gozava de estima geral dos sertanejos pela sua prudência, espiritualidade, brandura e espírito reto.

 

            As palavras benevolentes do Padre relatam uma personalidade com fortes conexões políticas e com boas relações com a igreja. Em outro trecho ele afirma: “Assistido em seu último momento pelo Monsenhor Sebastião e pelo vigário, como benfeitor que era dessa matriz, já contribuindo sempre com dádivas generosas”.

            Era muito comum que os grandes chefes políticos e demais abastados da sociedade contribuíssem com doações para festejos e, sobretudo, com as reformas e construções de capelas da igreja católica. Isso, certamente, dava prestígio a tais benfeitores entre os religiosos e a comunidade em geral.

            No registro feito no livro de Tombo da Igreja, o Padre Renato finaliza: “Em Sufrágio de sua alma foi celebrada a missa de corpo presente seguindo a encomendação na Matriz e no Cemitério”.

            Chiquinho Vieira foi sepultado no cemitério que fica na parte elevada da cidade, em frente à Igreja Matriz. Seus descendentes seguem carreira política em Cícero Dantas, tendo alguns deles ocupado o cargo de prefeito e, no caso de Accioly Vieira e Frenando Andrade, a câmara dos deputados e outras posições de destaque político.

 

 


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