No dia 17 de julho de 1949 um então poderoso chefe
político local dava os seus últimos suspiros. Seu nome, Francisco Andrade Vieira.
O Coronel Chiquinho Vieira foi o maior expoente político local do seu tempo. Amigo
do Barão de Jeremoabo e do seu filho, Dantas Júnior, ocupou posições de destaque
na política.
Nascido em 1872, Chiquinho Vieira, como era conhecido, formou-se
em ciências jurídicas e sociais, foi intendente de Bom Conselho em 1899 e ocupou
o cargo de Juiz quando a cidade já se chamava Cícero Dantas.
Mesmo quando não ocupava cargos políticos na cidade,
indicava aliados e, a despeito de ter amargado alguns anos na oposição, com frequência,
fazia valer a sua vontade. Nos anos 1920, por exemplo, foi a Chiquinho Vieira
que Ângelo Lagoa, solicitou autorização para instalar uma feira embaixo de um barracão
e de uma árvore na atual Praça Ângelo Lagoa.
O registro do seu falecimento, com dito, foi feito pelo
Padre Renato Galvão, que se tornaria prefeito da mesma cidade anos mais tarde. Na
oportunidade o religioso escreve:
Aos 17 de julho de 1949, nesta
cidade, por volta das 13 horas, confortado com o juramento da igreja, faleceu em
sua residência o senhor Francisco Vieira de Andrade [...] contava com 77 anos,
era velho chefe político do município onde gozava de estima geral dos
sertanejos pela sua prudência, espiritualidade, brandura e espírito reto.
As palavras benevolentes do Padre relatam uma
personalidade com fortes conexões políticas e com boas relações com a igreja. Em
outro trecho ele afirma: “Assistido em seu último momento pelo Monsenhor
Sebastião e pelo vigário, como benfeitor que era dessa matriz, já contribuindo
sempre com dádivas generosas”.
Era muito comum que os grandes chefes políticos e demais abastados
da sociedade contribuíssem com doações para festejos e, sobretudo, com as
reformas e construções de capelas da igreja católica. Isso, certamente, dava
prestígio a tais benfeitores entre os religiosos e a comunidade em geral.
No registro feito no livro de Tombo da Igreja, o Padre
Renato finaliza: “Em Sufrágio de sua alma foi celebrada a missa de corpo
presente seguindo a encomendação na Matriz e no Cemitério”.
Chiquinho Vieira foi sepultado no cemitério que fica na
parte elevada da cidade, em frente à Igreja Matriz. Seus descendentes seguem
carreira política em Cícero Dantas, tendo alguns deles ocupado o cargo de
prefeito e, no caso de Accioly Vieira e Frenando Andrade, a câmara dos
deputados e outras posições de destaque político.
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