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A resposta para essa pergunta
é um irritante “depende”. Isso porquê existem dois pontos de vistas importantes
e distintos a serem analisados na tentativa de classificar não só Fátima, mas,
de uma maneira ou de outra, boa parte do Nordeste brasileiro.
A fim de tecer uma resposta para tal indagação, devemos considerar o ponto de vista geográfico e o histórico. Geograficamente, Fátima e adjacências, se localizam em uma extensa faixa de terras entre a Zona da mata e o Sertão. Nesse sentido, como se pode observar no mapa abaixo, do ponto de vista geográfico, que leva em consideração o clima, a pluviosidade e outros, nossa cidade se localiza no agreste baiano, região de transição entre o litoral e o sertão, este de clima mais seco, cuja caatinga já é consolidada.
Se levarmos em consideração, entretanto, o ponto de vista
histórico, Fátima pode ser enquadrada como Sertão. Isso ocorre porque o termo “Sertão”
foi importado para o Brasil colônia ainda no século XVI, uma vez que, para o
colonizador, toda a área de terras que se encontravam distante do litoral era denominada
de sertão.
Para Maristela do Nascimento Andrade, a definição
portuguesa de Sertão denotava uma área distante, impenetrável. Desde o século
XII, em Portugal, o termo era utilizado para se referir a regiões interioranas
da península ibérica.
Isso posto, para o colonizador português que chega ao
litoral brasileiro no século XVI, tudo que ficava a uma distância mínima da
costa era Sertão. Esse conceito foi sendo aplicado, com o passar do tempo, para
as áreas mais profundas do continente em toda a colônia. Os bandeirantes
paulistas, ao adentrar as matas do sudeste do país também se diziam
desbravadores do sertão.
O termo, contudo, foi sedimentado no território do atual
nordeste brasileiro. Seguindo a tradição portuguesa e ressinificando o conceito
que passou a ser associado a uma terra com condições climáticas marcadas pela
seca.
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