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Mostrando postagens de agosto, 2023

Foto incrível da Família Correia.

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  Foto: Acervo pessoal de Marcelo Reis Recentemente a página Terras do Boqueirão, administrada pelo historiador Marcelo Reis, postou essa icônica fotografia de 1916 mostrando membros da família Correia (linhagem de Cícero Dantas) posando para as lentes enquanto estavam de luto pelo falecimento de um ente querido. Ocorre que as pessoas na foto têm ligações diretas com Fátima. O casal ao centro, já idoso, é Raimundo Correia e Joana Domitildes e seus filhos e filhas. Raimundo é um dos filhos de Francisco Correia de Souza, já falecido na época, aparece no quadro ao centro. Um outro filho de Francisco Correia, é Severo Correia de Souza, dona da antiga fazenda Maria Preta. Ainda na relação de filhos de Francisco Correia, está Pedro Correia de Souza, avô de Correinha. Existe ainda o registro do membro mais antigo da família que chegou em Cícero Dantas por volta de 1820, quando a Vila do Bom Conselho ainda era um pequeno aglomerado em torno da pequena capela erguida pelo Frei Apolôni...

As fazendas do Barão de Jeremoabo na região.

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  Imagem: Antônio Carneiro                Quando Cícero Dantas Martins, o Barão de Jeremoabo faleceu a 27 de outubro de 1903, deixou em seu inventário 67 fazendas espalhadas pela Bahia e Sergipe. Na antiga região do Bom Conselho, estavam listadas 12 propriedades, das quais, algumas, no atual território que engloba o município de Fátima.           São elas: Barra do Dadá, Jurema ou Eixú, Cruz, São Domingos, João Barbosa, Tabuleiro, Lage, cansanção, Poço da Onça, Barra, Capitão, Brejo.           Muitas das propriedades do Barão que passarem aos seus herdeiros conservam ainda hoje o mesmo nome. Dentre as citadas acima, Barra do Dadá, Cruz, Poço da Onça e Brejo, desconheço se ainda permanecem com a mesma nomenclatura e a sua localização. Uma delas, contudo, me é dúbia a interpretação, “Jurema”, como sabemos, é o nome de um dos povoados de Fátima, en...

O que o Barão de Jeremoabo pensava da república e da Lei Áurea?

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            A resposta para essa pergunta passa por entender a mente de um político conservador que foi súdito de Pedro II e passou, como liderança de projeção nacional, pelas mudanças do final do século XIX, inclusive a proclamação da república, como veremos.           Cícero Dantas Martins, o Barão de Jeremoabo, hoje repousa no altar da igreja de Nossa Senhora do Bom Conselho, em Cícero Dantas. Em vida, foi criado em uma família de enorme influência e riqueza e como filho da aristocracia, permeou o caminho do conservadorismo e da manutenção dos privilégios da sua própria classe social.           Com consciência de classe, se dedicou às pautas fisiológicas, posicionando-se contra mudanças estruturais que pudessem abalar o tecido social do Brasil que habitava. Assim, foi contra a abolição da escravatura, por ter nascido e crescido sob os cuidado...

Os desdobramentos da independência do Brasil na região

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                 Conforme já abordado aqui no Blog em outras ocasiões, a família Dantas, estirpe do Barão de Jeremoabo, sucedeu a linhagem de Garcia D’Ávila no sertão baiano.   Sob a tutela de João Dantas, avô do Barão, as terras que hoje compreendem boa parte dos municípios do semiárido Nordeste II e outros, passaram a pertencer aos Dantas e, em consequência disso, a família detinha o poder político local.           Ocorre que, em 1821, começa a estourar os movimentos favoráveis a independência do Brasil em relação à Portugal. Tais movimentações políticas, tiveram dinâmicas diferentes nas diversas províncias do enorme território brasileiro.           Na Bahia, por exemplo, houve forte resistência de grupos portugueses que não aceitavam a independência, assim como em Sergipe.           De Itapi...

O povoamento do atual município de Fátima.

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         Moisés Reis   Resumo: O presente trabalho busca discorrer sobre a dinâmica de povoamento da área fronteiriça entre a Bahia e Sergipe com informações colhidas a partir de documentação primária. Aqui buscamos demonstrar que, ao contrário do que se acreditava, a região já tinha uma ocupação significativa durante boa parte do século XIX.   Poucos estudos até o presente momento se debruçaram sobre a chegada dos primeiros homens brancos a acessarem a área que hoje é chamada de Semiárido Nordeste II, no Estado da Bahia. Dessa forma, as informações que o pesquisador interessado nessa temática encontra são igualmente escassas, sobretudo na literatura especializada.               Alguns estudos, contudo, podem servir de base em um esforço de se chegar ao entendimento nesse assunto. Um deles é, sem dúvidas, a obra Entre Padres e Coronéis: Como as disputas oligárquicas deram forma a...

Quem eram os capuchinhos das entregas de 1938?

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  Foto: Acervo pessoal de Robério Santos.                A foto icônica que mostra o Monsenhor José de Magalhães e Souza, frades capuchinhos, militares e cangaceiros em Jeremoabo no ano de 1938, é parte do Arquivo histórico Nossa Senhora da Piedade, em Salvador, sob a responsabilidade do Frei Ulisses Pinto Bandeira.           A ordem dos Capuchinhos, que tem esse nome em alusão ao pequeno capuz incorporado à túnica vestida pelos religiosos, chegou ao Brasil em 1612. Era um grupo composto por frades franceses que desembarcam no Maranhão para uma curta estadia.           Na Bahia, os capuchinhos desembarcam em 1670, no porto de Salvador, vindos da África onde estavam em missão religiosa. Ainda na Bahia, os missionários receberam a missão de catequizar os Cariris no sertão. Na zona sertaneja entre a Bahia e Sergipe, realizaram diversas obras, as ma...

Comunidade de Pedrinhas, Fátima-Ba.

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          O pequeno aglomerado de casas denominado Pedrinhas, é um dos povoados pertencentes ao município de Fátima que não parece ter se originado (como boa parte dos demais) de uma antiga fazenda. Isso porque, nos processos de terras do município gerados a partir da Lei de Terras de 1850, não consta essa denominação. Mas o povoamento daquela área é antigo, datado de, no mínimo, 1870.           Essa afirmação tem como base um processo crime respondido por dois irmãos em 1922. São eles João Porfírio dos Reis, na época com 32 anos e Joaquim Francisco dos Reis, na oportunidade com 44 anos. Ambos filhos de Manoel Felipe dos Reis.           No documento acima citado, os irmãos afirmam ser naturais das Pedrinhas, mas não reportam se o seu pai ali nasceu ou não. Tomando como base a idade do mais velho, Joaquim, é possível depreender que este nasceu 1878, na propriedade m...