O foco desse blog é a pesquisa da história do Sertão baiano.

terça-feira, 29 de março de 2022

Primeira missa do Padre Renato Galvão em Fátima, escolha do padroeiro e uma má impressão.


 

 

            Não resta dúvidas sobre os trabalhos deixados pelo padre Renato Galvão ao povo de Fátima. Ao longo dos seus 19 anos como pároco de Cícero Dantas o vigário deixou como legado para o fatimense a Bomba, o Açougue municipal e diversas outras obras.

            A primeira missa celebrada pelo padre Renato por aqui, contudo, não deixou boa impressão do povo de Fátima. Embora tenha, naquela ocasião, realizado a escolha do padroeiro do vilarejo, naquele 2 de maio de 1945 o padre tece duras críticas aos hábitos dos habitantes locais.

            Era aquele o primeiro ano dele como pároco oficial de Cícero Dantas e nos primeiros meses se dedicou a visitar as capelas espalhadas pelo imenso território do município. Assim, foi à Antas no dia 08 de abril, Caxias em 30 de maio e Montalegre no dia 02 do mesmo mês.

            Na página 56 do livro de tombo escreve o padre:

 

Montalegre, 02 de maio de 1945.

 

            Talvez o povo de índole mais atrasada e costume pouco cristão. Usei de energia. O vício da embriagues toma proporções tristes, até mesmo as moças da chamada boa estirpe. O remédio foi a fundação do catecismo e a introdução do mês de maio. A devoção à Nossa Senhora converterá aquela gente que tem boa vontade. Foi escolhido o padroeiro, São Francisco de Assis.

            A assistência mostrou-se comovida e interessada com a história e vida do novo padroeiro somado ao sermão.

 

            Como se vê nas palavras do padre, os habitantes do lugarejo batizado dez anos antes pelo Monsenhor José Magalhães de Montalegre eram “pouco cristãos” e de hábitos (ao seu ver) inadequados. A despeito da dureza com que descreveu o povo inicialmente, o vigário foi aparentemente mudando de opinião com o passar do tempo e em registros posteriores faz elogios ao mesmo povo que naquele ano chamou de “aquela gente”.

 

Moisés Santos Reis Amaral, Professor há 20 anos do Município de Fátima, Licenciado em História pela Uniages com especialização em História e Cultura Afro-brasileira, Mestre em Ensino de História pela Universidade Federal de Sergipe. Autor das obras: Manual Didático do Professor de História, O Nazista e da HQ Histórias do Cangaço.

 

Contato

Fone

75 – 981990630

E- mail.

moisessantosra@gmail.com

 

 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário