Plenário José Bispo de Souza. |
Em
primeiro de janeiro de 1986 o município de Fátima era instaurado. A sessão
inicial teve que ser presidida temporariamente pelo vereador José Bispo de
Souza (o mais velho entre os eleitos) pois a primeira eleição para presidente
do legislativo ainda estava por ser realizada.
Com o
assentamento dos trabalhos, foi eleito o primeiro presidente de fato da Câmara
Municipal de Vereadores de Fátima, o senhor João José do Rosário. Confesso que
nunca tinha ouvido falar sobre esse parlamentar, mas em conversa rápida com o
ex-prefeito Eduardo Pires descobri que João Rosário”, como era conhecido, era
um proeminente fazendeiro da região do Farias e já é falecido.
Um detalhe
interessante sobre as primeiras sessões é a simplicidade nas práticas dos recém-empossados
parlamentares. As atas registram apenas a liturgia das reuniões como apresentação
dos presentes, leitura da ata anterior e terminava quase sempre abruptamente
sem oradores inscritos e sem a apalavra do presidente. Eduardo me informou que João
Rosário era um homem simples, sem muita instrução e, portanto, de poucas
palavras.
Mas os
trabalhos seguiram, diversos projetos de lei foram votados, inicialmente tais
projetos visavam a autorização do legislativo a celebrar convênios com
autarquias estaduais e federais como ministério da educação, saúde, INCRA e
outros.
Era a
formação burocrática do município e “tudo precisava ser criado” como afirmou o
prefeito João Maria em entrevista já em 1987 ao jornal tribuna da chapada
(reportagem já comentada aqui no Blog).
Uma das
criações daquela primeira legislatura foi a própria bandeira municipal, nascida
do projeto de lei N° 4 de 3 de abril de 1986, o projeto, de autoria do Vereador
Miguel Correia de Andrade, previa a utilização das cores verde, azul, amarelo e
branco.
Miguel
do Capim Duro, como é conhecido foi reeleito ainda para outras 3 legislaturas, permanecendo
no cargo até 2000. De acordo com a família, ele está atualmente com 86 anos e
sofre de Alzheimer. Miguel é aliado de longa data de João Maria e foi ativo nos
trâmites da emancipação política de Fátima.
O Capim
Duro elegeu em 1986 dois vereadores, além de Miguel, Reginaldo Oliveira de
Santana também se elegeria vereador naquela primeira legislatura, os dois ainda
se reelegeriam e atuariam juntos por diversos anos.
Talvez
por essa influência o projeto de lei N° 13, de 14 de abril de 1986 foi votado e
aprovado pela casa, esse projeto autorizava o executivo a construir um açougue
municipal no Capim Duro. A obra, entretanto, nunca saiu do papel.
Um
outro projeto interessante é o que autoriza o executivo a estabelecer convênio
com o Hospital Doutora Maria em Poço Verde. Embora a unidade hospitalar ficasse
em outro estado, há uma explicação para esse convênio. De acordo com o próprio João
Maria, em entrevista de 1987, naquele primeiro ano não havia verba suficiente
para a saúde municipal e a cidade de Poço Verde, cujo prefeito era amigo do
gestor fatimense, socorreu a população local. Os veículos de Fátima levam
frequentemente pacientes para a cidade sergipana.
Moisés Santos Reis Amaral,
Professor há 20 anos do Município de Fátima, Licenciado em História pela
Uniages com especialização em História e Cultura Afro-brasileira, Mestre em
Ensino de História pela Universidade Federal de Sergipe. Autor das obras: Manual
Didático do Professor de História, O Nazista e da HQ Histórias do
Cangaço.
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