Recentemente
eu iniciei os estudos dos registros da Igreja de Cícero Dantas, foi a mim
disponibilizado 300 páginas de manuscritos em um português arcaico, muito difícil
de interpretar. As dificuldades de leitura, contudo, são atenuadas pelas
inúmeras e incríveis descobertas que brotam de tais registros.
Os livros
Tombo, são os diários dos sacerdotes, neles são registradas todas as atividades
paroquiais. Os temas são bastante diversos, de registros de falecimentos a construção
e reforma de igrejas e capelas.
Em 1953,
o Padre Renato Galvão resolve fazer um levantamento histórico das capelas da
sua paróquia, entrevistando moradores e pesquisando em documentos antigos, reuniu
informações sobre os templos religiosos. Sobre o povoado Ilha, escreve:
Em
1892 o povoado da ilha assistiu à sua primeira missa, em novembro. O celebrante
foi o Monsenhor Vicente Martins [...] haviam apenas 5 casas.
Não sei
o que mais surpreende, se o tempo de povoamento da Ilha ou o fato de a
localidade não ter crescido ao longo desses anos e nem ter pleiteado a
emancipação. Sabe-se que o povoamento da cidade de Cícero Dantas é datado do
início do século XIX (a igreja da cidade foi erguida em 1812 pelo Frei Apolônio
de Todi) e que, pela proximidade com a cede do município, é natural que aquela área
tenha sido ocupada primeiro que Fátima.
Nessa época,
o que hoje é Fátima era apenas um território ocupado por pequenas fazendas como
a Maria Preta, a Lage da Boa vista e a fazenda Boa Vista. A ocupação da atual
zona urbana do município só foi iniciada por volta dos anos 1920 com a chegada
de Ângelo lagoa e a construção das primeiras casas ao pé da serra do mocó, onde
hoje é a Praça Ângelo Lagoa.
Um
registro de 1916, feito com o objetivo de descrever as características naturais
e populacionais do município de Cícero Dantas já citava a Serra do Mocó como um
dos acidentes geográficos da região. A Serra do Mocó é a região alta da cidade,
onde atualmente estão instaladas as torres de telefonia do município.
Moisés Santos Reis Amaral,
Professor há 19 anos do Município de Fátima, Licenciado em História pela
Uniages com especialização em História e Cultura Afro-brasileira, Mestre em
Ensino de História pela Universidade Federal de Sergipe. Autor das obras: Manual
Didático do Professor de História, O Nazista e da HQ Histórias do
Cangaço.
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