O foco desse blog é a pesquisa da história do Sertão baiano.

domingo, 19 de junho de 2022

A chegada do telefone à Fátima.

Imagem ilustrativa.

 

Criada em 1973, a Telebahia era uma estatal baiana ligada ao sistema de telecomunicações brasileiros (TELABRAS). A empresa dominou o mercado em toda a Bahia até a sua privatização em 1998.

               O serviço de telefonia chegou em Fátima provavelmente em 1983, na gestão Fernando Andrade (1983-1988). De acordo com o ex-prefeito Eduardo Pires, o serviço inicial foi viabilizado a partir da instalação de uma única antena posicionada no alto de Zé da Barreira, onde hoje ainda existem as torres de TV e telefonia da cidade.

               A pequena antena ligava-se ao posto telefônico por uma rede de fios que faziam a ligação para um único aparelho telefônico localizado no pequeno posto instalado na residência do senhor Pedro Cardoso, pai da professora Nailda, vizinho ao prédio da atual Câmara de Vereadores.

               Para os mais jovens, acostumados às facilidades da tecnologia, será estranho saber que o serviço de telefonia da cidade se restringia a um único estabelecimento. Quando alguém desejava fazer uma ligação, se dirigia ao posto e solicitava ao funcionário público de plantão a discagem dos números específicos. Quando o inverso era aplicado, ou seja, quando alguém de fora da cidade ligava para o posto com a intenção de falar com algum fatimense, enviava-se um mensageiro até a casa do solicitado para avisar que ele tinha uma ligação para atender.

               Os funcionários listados e enviados para a prefeitura de Fátima durante o processo da emancipação eram: Ester Menezes de Souza, Josefa Fontes de Sena, José Souza Vieira e Antônio Alves de Souza. Todos contratados pela prefeitura de Cícero Dantas, visto que Fátima, no início dos anos 1980, ainda era uma vila pertencente ao referido município.

               Já no período pós emancipação, foi feita uma expansão pela gestão João Maria de Oliveira. Por intermédio do deputado paripiranguense Faustino Dias Lima (que também ajudou na emancipação do município), conseguiu-se expandir a rede e instalar aparelhos de telefone nas residências das famílias em melhores condições financeiras. Foi a primeira vez que o fatimense viu um telefone em uma casa de família.

               Mas o serviço público ainda continuou a ser oferecido. Durante os anos 1990, o posto funcionou próximo à papelaria J. Oscar. Lembro, quando criança, de frequentar o estabelecimento com três cabines telefônicas feitas de madeira com uma abertura de vidro, onde as pessoas entravam para falar com um pouco mais de privacidade. Mesmo com a instalação das cabines, muitas fofocas ainda se espalhavam em virtude do mal hábito de algumas pessoas que escutavam a conversa alheia durante as ligações.

 

Nota: Para compor as informações aqui inseridas, eu conversei com Eduardo Pires, José Bomfim Andrade e Marcos Rogério Morais.


Moisés Santos Reis Amaral, Professor há 20 anos do Município de Fátima, Licenciado em História pela Uniages com especialização em História e Cultura Afro-brasileira, Mestre em Ensino de História pela Universidade Federal de Sergipe. Autor das obras: Manual Didático do Professor de História, O Nazista e da HQ Histórias do Cangaço.

 

Contato

Fone

75 – 99742891

E- mail.

moisessantosra@gmail.com

 

 

 


Nenhum comentário:

Postar um comentário