Zé Rufino não participou do combate
em Angico. A partir de 1939 continuou a perseguir os dois únicos bandos ativos
que ainda agiam na região, o de Labareda e o bando de Corisco. Labareda e seu
bando se entregou em Paripiranga em 1940 e Corisco continuou em ação até 1942.
No dia 25 de maio daquele ano, Corisco e Dadá são
alcançados no município baiano de Barra do Mendes pela força de Zé Rufino. O
combate que deu fim a Corisco é visto por muitos como o marco final do cangaço.
Com o fim da campanha cangaceira, Zé Rufino ainda serviu
à polícia baiana por alguns anos, foi delegado de Jeremoabo e chegou a ser
convidado pelo Padre Renato Galvão em 1956 para patrulhar a problemática
eleição de Cícero Dantas e a não menos complicada urna de Monte Alverne, na
qual o Soldado João Maria de Oliveira exercia sua pressão política a fim de favorecer
os seus correligionários. Zé Rufino não veio e o Padre fez queixa ao deputado
João da Costa Pinto Dantas Jr.
Rufino é promovido a coronel e se aposenta. Decide ficar
em Jeremoabo onde se torna um próspero fazendeiro e um homem muito respeitado na
cidade. Ainda nos anos 1960, recebeu em sua casa a ex-cangaceira Dadá, mulher
de Corisco que perdera uma perna no combate em Barra do Mendes com a volante de
Rufino. Já velho e doente, o coronel teria pedido perdão a Dadá que demostrou
apreço pelo ex-inimigo que, segundo ela mesma, não deixou que a matassem na
batalhe em que Corisco pereceu.
Dadá e Zé Rufino, um ano antes da morte do Militar.
Zé Rufino faleceu em 20 de
fevereiro de 1969, dia em que completara 63 anos. Foi enterrado no cemitério de
Jeremoabo. Um dado curioso sobre sua morte e sepultamento é que a sepultura do afamado
coronel se perdeu com o tempo, diversos pesquisadores do cangaço já tentaram
encontrar onde exatamente estão os restos mortais do matador de cangaceiros,
mas sem sucesso. Infelizmente nem mesmo a família, parte dela ainda residente
em Jeremoabo, sabe ao certo o local do seu sepulcro. E assim, um dos maiores
expoentes militares da história do cangaço foi sepultado sem a devida liturgia e
nem mesmo uma sepultura que guarde a lembrança da sua vida foi-lhe oferecida.
Moisés Santos Reis Amaral,
Professor há 20 anos do Município de Fátima, Licenciado em História pela
Uniages com especialização em História e Cultura Afro-brasileira, Mestre em
Ensino de História pela Universidade Federal de Sergipe. Autor das obras: Manual
Didático do Professor de História, O Nazista e da HQ Histórias do
Cangaço.
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Muito 10 man!
ResponderExcluirMuito obrigado, Gustavo.
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