O foco desse blog é a pesquisa da história do Sertão baiano.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

Dois personagens importantes para a História de Fátima.

Foto: Estácio de Lima

 

Esse encontro entre dois sisudos senhores representa uma faceta interessante para a história do nosso município. A foto mostra dois ícones da historiografia do cangaço. Na verdade, dois inimigos mortais nos tempos do banditismo apertam as mãos na cidade de Jeremoabo em 1964, anos depois do fim do cangaço e das perseguições e tiroteios na caatinga.

            Aí estão Zé Rufino, outrora tenente da polícia baiana, comandante da que foi talvez a mais eficiente volante policial e o cangaceiro Ângelo Roque, o Labareda.

            De um lado o tenente Zé Rufino teve entre os seus comandados o soldado fatimense Liberino Vicente. Liberino entrou para a volante de Zé Rufino como contratado e tornou-se efetivo da polícia baiana. Sob o comando de Zé Rufino participou de diversos combates históricos como o que matou o cangaceiro Mariano (1936) e o último combate da história do cangaço, que terminou com a morte de Corisco, o Diabo Loiro (1942).

            Zé Rufino ainda seria vinculado à história de Fátima pelos relatos do Padre Renato (pós cangaço). Em carta ao deputado João da Costa Pinto Dantas de 1954, o vigário se queixa ao político de ter convidado Zé Rufino para garantir a segurança nas eleições em Monte Alverne (Fátima) e o militar não ter aparecido.

            Por outro lado, o cangaceiro da foto (a direita) foi um notório chefe de bando que atuava em toda essa região. Em relato feito ao escritor Estácio de Lima (também no pós cangaço) Ângelo roque narra um combate com a volante do tenente Santinho aqui em terras fatimenses, quando a região ainda era conhecida como Monte Alegre. Essa escaramuça provavelmente aconteceu entre 1935 e 1940 e deixou um corpo sem cabeça enterrado aqui em Fátima.

           

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