Foto: Estácio de Lima |
Esse encontro entre dois sisudos
senhores representa uma faceta interessante para a história do nosso município.
A foto mostra dois ícones da historiografia do cangaço. Na verdade, dois
inimigos mortais nos tempos do banditismo apertam as mãos na cidade de
Jeremoabo em 1964, anos depois do fim do cangaço e das perseguições e tiroteios
na caatinga.
Aí estão Zé Rufino, outrora tenente da polícia baiana,
comandante da que foi talvez a mais eficiente volante policial e o cangaceiro Ângelo
Roque, o Labareda.
De um lado o tenente Zé Rufino teve entre os seus
comandados o soldado fatimense Liberino Vicente. Liberino entrou para a volante
de Zé Rufino como contratado e tornou-se efetivo da polícia baiana. Sob o
comando de Zé Rufino participou de diversos combates históricos como o que
matou o cangaceiro Mariano (1936) e o último combate da história do cangaço,
que terminou com a morte de Corisco, o Diabo Loiro (1942).
Zé Rufino ainda seria vinculado à história de Fátima
pelos relatos do Padre Renato (pós cangaço). Em carta ao deputado João da Costa
Pinto Dantas de 1954, o vigário se queixa ao político de ter convidado Zé
Rufino para garantir a segurança nas eleições em Monte Alverne (Fátima) e o
militar não ter aparecido.
Por outro lado, o cangaceiro da foto (a direita) foi um
notório chefe de bando que atuava em toda essa região. Em relato feito ao
escritor Estácio de Lima (também no pós cangaço) Ângelo roque narra um combate
com a volante do tenente Santinho aqui em terras fatimenses, quando a região
ainda era conhecida como Monte Alegre. Essa escaramuça provavelmente aconteceu
entre 1935 e 1940 e deixou um corpo sem cabeça enterrado aqui em Fátima.
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