O foco desse blog é a pesquisa da história do Sertão baiano.

domingo, 30 de janeiro de 2022

Cangaceiro Canário. Possíveis ligações com Fátima.

 

Fonte: Blog do Mendes. 


Bernardino Rocha era natural de Poço Redondo -Se, região próxima à Canindé de São Francisco. A cidade de Poço Redondo, inclusive, tem profundas ligações com a história do cangaço, sendo aquela terra o destino final de Lampião, Maria Bonita e mais nove cabras, além de ser a terra natal de, ao menos, trinta outros cangaceiros.

            No cangaço, Bernardino Rocha ganhou a alcunha de Canário. Homem ríspido e arisco, foi um dos mais fiéis seguidores de Lampião, chegou a ser chefe de subgrupo.

            O seu fim se deu pelas mãos de um dos seus companheiros, primo irmão de sua mulher Adília, em Coruripe. Em setembro de 1938, menos de dois meses após a morte de Lampião, os cangaceiros passaram por um processo de complexo. Sem um líder carismático como foi Virgulino, os bandos começaram a se dissolver e uma prática que, pode-se dizer, se tornou comum, foi o assassinato de um cangaceiro por um companheiro em busca de um salvo conduto.

            Muitos bandoleiros mataram seus parceiros de crimes, cortaram a cabeça e a usaram como moeda de troca com a polícia. No dia 6 de setembro de 1938, o cangaceiro Penedinho, pois em prática o plano de matar canário, aguardou o momento oportuno e fulminou o companheiro a golpes de punhal.

            É aí que a história de Canário pode ligar-se com a história de Fátima. Ao matar o companheiro, Penedinho se entrega à polícia. Ao saber do acontecido Zé Rufino, comandante do fatimense Liberino Vicente reúne a força policial e se dirige até o local a fim de verificar a veracidade dos fatos.

            Ao chegar ao local, verificou-se que o cachorro do cangaceiro se mantinha ao lado do corpo do dono protegendo-o. consta que um dos soldados prontamente sacou seu fuzil e assassinou o animal. A morte de canário foi confirmada pela força de Zé Rufino.

            Ainda não é possível definir quais combates específicos tiveram a presença do fatimense Liberino. Infelizmente a família guarda poucas evidências do período em que ele serviu à polícia baiana. Tais informações serão posteriormente buscadas no arquivo da PM-BA.




Moisés Santos Reis Amaral, Professor há 20 anos do Município de Fátima, Licenciado em História pela Uniages com especialização em História e Cultura Afro-brasileira, Mestre em Ensino de História pela Universidade Federal de Sergipe. Autor das obras: Manual Didático do Professor de História, O Nazista e da HQ Histórias do Cangaço.

 

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