O
atual município de Fátima, originou-se a partir da cisão do município de Cícero
Dantas em 1986. Esse nome, contudo, é apenas um entre os 7 nomes populares
pelos quais esse torrão foi conhecido ao longo dos anos e é sobre isso que
falaremos hoje.
Em
1916, dois pesquisadores cicerodantenses, Bernardino Souza e João Mendes da
Silva, se propuseram a fazer um extenso levantamento acerca dos aspectos
históricos e geográficos do município. Entre os detalhes abordados por eles no
trabalho (que se encontra no acervo do Instituto Histórico e Geográfico da
Bahia), estão os acidentes geográficos do então município de Cícero Dantas e
entre os morros e vales relatados está a Serra do Mocó, essa mesma que
atualmente abriga as torres de telefonia da atual cidade de Fátima.
Em si tratando especificamente do monte que abriga as
torres da cidade nos dias atuais, a denominação SERRA DO MOCÓ já é muito
antiga, nos registros eclesiásticos de terras de 1856, esse nome já aparece se referindo
ao mesmo local, conforme depreende do registro abaixo, que descreve os limites
da Fazenda Mundo Novo, datado de 16 de julho de 1856:
Que principia na cabeceira da
baixa dos tanquinhos, onde chega às terras de Aniceto Rodrigues, rumo direito
para a Nascente para o antigo curral falso do mandacaru e daí voltará por cima
deste dito alto a Serra do Mocó onde tem um trabalho abaixo da malhada do dito
marco por esta serra acima a cabeceira do saco dos Tamburis rumo direito a beira
da baixa da Gitirana, daí voltará para onde principia esta demarcação. Sua
extensão é de meia légua, pouco mais ou menos.
Em 1916,
essa área pertencia à fazenda Boa Vista, vizinha da Fazenda Maria Preta, de
propriedade da família Correia (ancestrais do conhecido Correinha da Zabumba).
A Boa Vista foi adquirida por volta de 1880, por Ângelo Lagoa, que vinha da
região próxima à Heliópolis para se estabelecer por aqui.
Provavelmente,
por essa época, em virtude da denominada serra, toda o pequeno povoamento que
se originou na atual Praça Ângelo Lagoa e adjacências ficou conhecido como
MOCÓ. Em 1935, Ângelo Lagoa consegue fundar uma pequena feira naquela Praça e a
localidade passa a ser conhecida como FEIRINHA DO MOCÓ, o que era somente uma
junção entre o nome local e o evento da feira livre sob a sombra de um
barracão.
Mas
o nome Feirinha do Mocó, ou simplesmente FEIRINHA, não durou por muito tempo,
pois, naquele mesmo ano de 1935, mais precisamente no dia 29 de outubro, o
Monsenhor José de Magalhães e Souza celebra uma missa por aqui e resolve
rebatizar a localidade de MONTALEGRE ou MONTE ALEGRE.
Esse
nome perdurou até os anos 1940 quando os registros mostram que o povoado passa
a ser chamado de MONTE ALVERNE. Essa denominação foi mais uma iniciativa do
Padre Renato que registro no livro de tombo (página 112) a autoria do nome.
Além disso, também foi do Padre Renato Galvão a ideia da mudança de Monte
Alverne Para VILA DE FÁTIMA, isso já em 1956, quando o próprio Padre Renato
alega ter sido ele a providenciar um decreto municipal para a mudança de nome.
Vila
de Fátima constituiu o maior povoado de Cícero Dantas até a emancipação em
1986, quando passou, finalmente, a se chamar FÁTIMA.
Moisés Santos Reis Amaral,
Professor há 20 anos do Município de Fátima, Licenciado em História pela
Uniages com especialização em História e Cultura Afro-brasileira, Mestre em
Ensino de História pela Universidade Federal de Sergipe. Autor das obras: Manual
Didático do Professor de História, O Nazista e da HQ Histórias do
Cangaço.
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História linda parabéns Moisés
ResponderExcluirObrigado ☺️
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