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Mostrando postagens de novembro, 2021

Povoado Caxias contra o cangaço.

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  O relato que você terá acesso agora, faz parte dos estudos do livro Tombo da Paróquia do N. S do Bom Conselho, é mais um registro feito pelo Padre Renato Galvão em seus costumeiros estudos históricos sobre a paróquia que liderava. É uma explanação que compõem uma série documentada pelo vigário que visava levantar e preservar os dados históricos de todas as capelas da paróquia.             A história se passa no povoado Caxias, à época, Duque de Caxias, no ano de 1938. De acordo com o levantamento do religioso, naquele ano, cansados das invasões e saques de cangaceiros, os moradores de Caxias (Os paisanas, no linguajar dos cangaceiros) se armaram para defender o vilarejo de um bando que agia nas redondezas. Não é novidade na historiografia do cangaço esse tipo de ação da população civil. Aliar-se ao contingente de policiais disponível para defender uma vila foi prática significativa naqueles anos de cangaceirismo. Basta le...

Defloramento em Cícero Dantas – 1861 a 1921.

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  Você sabe o que significa DEFLORAMENTO? Esse termo foi criado pela justiça brasileira no código penal de 1830. Deflorar significa, literalmente, “tirar a flor”. Em outras palavras, tirar a virgindade de uma jovem entre 14 e 18 anos já foi considerado crime pela justiça brasileira. Antes de mais nada, não estamos tratando aqui de estupro, que uma outra modalidade de crime devidamente registrado no código penal e que tem outras características distintas do defloramento. Este, por via de regra, ocorria consensualmente, entre jovens de idade similares, amantes mais afoitos para os padrões da época. No código penal de 1890, o defloramento foi tipificado pelo artigo 267, como crime contra a honra e honestidade das famílias e ultraje  ao poder público. Na letra da lei, lia-se: “Deflorar mulher de menor idade, empregando sedução, engano ou fraude”. Em 1942 o defloramento foi substituído pelo crime de sedução e em 2016 o entendimento muda novamente, sendo o sexo, consensual ou ...

O Povoado Ilha é mais velho que Fátima.

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  Recentemente eu iniciei os estudos dos registros da Igreja de Cícero Dantas, foi a mim disponibilizado 300 páginas de manuscritos em um português arcaico, muito difícil de interpretar. As dificuldades de leitura, contudo, são atenuadas pelas inúmeras e incríveis descobertas que brotam de tais registros. Os livros Tombo, são os diários dos sacerdotes, neles são registradas todas as atividades paroquiais. Os temas são bastante diversos, de registros de falecimentos a construção e reforma de igrejas e capelas. Em 1953, o Padre Renato Galvão resolve fazer um levantamento histórico das capelas da sua paróquia, entrevistando moradores e pesquisando em documentos antigos, reuniu informações sobre os templos religiosos. Sobre o povoado Ilha, escreve:   Em 1892 o povoado da ilha assistiu à sua primeira missa, em novembro. O celebrante foi o Monsenhor Vicente Martins [...] haviam apenas 5 casas.   Não sei o que mais surpreende, se o tempo de povoamento da Ilha ou o fa...

Açude da Queimada Grande

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  Imagem JD Filmagens. Há 71 anos, no dia 23 de janeiro de 1950, o Padre Renato Galvão benzia o açude da Queimada Grande.   Mesmo nos dias de hoje, a aguada representa importante reservatório de água para o município, mas sete décadas atras deve ter sido uma grande conquista para a comunidade local e para todo o município.             A atual comunidade de Queimada Grande é originária de uma das fazendas do Barão de Jeremoabo. O Barão possuía ao menos outras duas fazendas com a denominação de Queimadas, entre elas, as terras que hoje compões o município vizinho de Adustina. Queimada Grande aparece entre os registros de terras de Bom Conselho em 1857 em nome de Maria de Santa Ana.             O açude foi ali construído pelo DNOCS por iniciativa do Padre Renato que fez uso da sua amizade e influência junto ao Deputado João da Costa Pinto Dantas Júnior, Dr. Dantas, co...

Veredito (quase) definitivo da construção da Igreja de Fátima.

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  No último dia 27 de outubro, publiquei aqui no Blog História de Fátima os últimos levantamento da pesquisa que visa desvendar em quais circunstâncias se deu a construção da primeira capela onde hoje se situa a igreja matriz de Fátima. É sabido, partindo dos relatos do Monsenhor José Magalhães e Sousa, que a capela existe, pelo menos, desde 1933, ano em que o religioso, titular da paróquia de Jeremoabo registrou ter celebrado missa, quando Fátima ainda se chamava Montalegre. Sabendo que o Monsenhor José Magalhães substituiu o padre Vicente Martins após o falecimento desse último, estou confortável em afirmar estar quase certo que a capela primordial foi erguida durante o paroquiar do Padre Vicente Martins. Explico: Como já relatado aqui no Blog anteriormente, o padre Vicente assume a paróquia de Nossa Senhora do Bom Conselho ainda no final do século XIX, mais precisamente em 14 de junho de 1883. Por essa época, apenas algumas fazendas (como a fazenda Maria Preta) existiam p...