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Mostrando postagens de junho, 2020

O soldado fatimense que participou do último combate do cangaço

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Liberino Vicente, Fátima, 1982.             No dia 25 de maio de 1940 acontecia o último combate entre cangaceiros e volantes na cidade baiana de Barra do Mendes. Tratou-se do embate em que Corisco, o diabo loiro, foi morto e sua companheira, Dadá, perdeu uma das pernas em consequência de um tiro de fuzil.             Durante os anos de auge do cangaceirismo no nordeste, Corisco era considerado o segundo homem nas trincheiras do banditismo, abaixo apenas de Lampião. Notório pela sua crueldade, cometeu atos tão hediondos que rivaliza com as ações do próprio Virgulino. Por esse motivo, adquiriu a alcunha de Diabo Loiro.             Em 1940, contudo, o cangaço dava seus últimos suspiros. Após a morte de Lampião em 28 de julho de 1938, o cangaceirismo passou a sofrer um forte processo de decadência, seja pela própria simbologia da morte do seu...

Rara foto da igreja de Fátima é encontrada no computador da paróquia.

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A foto foi encontrada no acervo fotográfico da paróquia de Fátima por frequentadores. A rara imagem mostra a igreja com dimensões bem menores que as atuais. É possível observar diversos fiéis na parte da frente. Ainda não havia sido construída a praça da matriz e as construções ao redor se mostram bastante diferente do atual aspecto. Infelizmente as informações sobre a imagem em questão são escassas. A foto foi enviada ao Blog HISTÓRIA DE FÁTIMA pelo colaborador Juan K. Menezes e, infelizmente, não é possível saber qual o ano retratado e quem é o fotógrafo. Esperamos que algum leitor possa nos fornecer informações adicionais.

A influência do Padre Renato Galvão junto ao deputado Dantas Jr muito ajudou Cícero Dantas e Fátima.

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João da Costa Pinto Dantas era neto de Cícero Dantas Martins, o Barão de Jeremoabo. Nascido em 1859, formou-se em direito aos 20 anos e aos 23 já era deputado estadual (1921). Por ser membro de uma das famílias mais influentes do nordeste, passou a vida alternando entre os cargos públicos ligados ao direito e os mandatos de deputado, tendo ocupado também o cargo de Presidente da Caixa Econômica da Bahia. Integrante do auto escalão da política baiana, tinha o seu distrito eleitoral nessa parte do sertão, onde suas raízes familiares o conferiam grande prestígio. Por essa razão, cultivava amizades com lideranças políticas locais com quem, à exemplo do avô, trocava correspondências com enorme frequência. Esses laços de amizade, claro, era uma eficiente forma de manter os seus votos. Uma dessas amizades era o vigário da paróquia de Cícero Dantas, Renato Galvão. Em uma série de cartas disponíveis no “corpus eletrônico Documentos do Sertão”, entre os anos de 1945 e 1959, o religios...

Carta de 1812 descreve a construção da igreja o do cemitério de Cícero Dantas.

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            A missiva é escrita pelo Frei Apolônio de Toddi, endereçada ao imperador. Nela o frei italiano, conhecido como o beato dos sertões, fornece informações sobre a construção de uma igreja no local onde ficava o antigo cemitério da cacunéa, na atual praça da igreja matriz de Cícero Dantas.             O relato do religioso é rico em detalhes: Nesse tempo o povo dos tabuleiros, que fica longe doze léguas, fez requerimento de fazer uma capela no antiquíssimo cemitério da cacunéa e pediu de eu manda-lo fazer. O excelentíssimo arcebispo despachou que sim, que eu fosse e fizesse a caridade. O trecho da carta do frei, nos mostra uma prática comum no Brasil colonial. Não havia a separação entre igreja e estado e a igreja católica tinha liberdade de transitar livremente pela colônia. Os padres e freis percorriam esses sertões evangelizando os caboclos e os indíge...

Padre Renato Galvão se queixa da atuação de João Maria em eleições de Fátima

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Em carta de 1954, o vigário líder político local e, posteriormente, candidato a prefeito de Cícero Dantas, relata as movimentações políticas locais ao deputado estadual João da Costa Pinto Dantas Jr, neto do Barão de Jeremoabo, líder político regional. Naquele período, Fátima, que ainda se chamava Monte Alverne e pertencia à Cícero Dantas, era o maior povoado do município e importante colégio eleitoral para o candidato Renato Galvão. Na correspondência, o padre fala sobre a total desorganização dos trabalhos na localidade de Monte Alverne, citando inclusive a suposta incompetência dos responsáveis, o que nos dá uma ideia de como os pleitos eram realizados por aqui na época: Em Monte Alverne, nosso reduto, não houve praticamente eleições. Já o previa e assim é que forneci cópias ao delegado do partido em termo de responsabilidade ao presidente. Escolheram para dirigir pessoas incapazes. Os trabalhos estiveram paralisados até as 15 horas, os presidentes não sabiam abrir e dirig...

A data da proclamação da república era comemorada em nossa região no final do século XIX e início do século XX.

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As circunstâncias da proclamação da república brasileira levaram a população, de um modo geral, a dar muito pouca importância ao 15 de novembro. Assim, nomes importantes do republicanismo nacional como Floriano Peixoto, Quintino Bocaiúva e Benjamim Constant não figuram no imaginário do grande público no país. De acordo com a maioria dos historiadores, essa falta de interesse pelo evento da proclamação da república se dá, em grande medida, pela falta de participação popular na mudança de regime. A república fora proclamada através de um golpe de estado dado pelos militares com o apoio das elites políticas e econômicas. Ficando o povo totalmente à margem de todo o processo e, a rigor, do planejamento daquilo o que viria a ser o Brasil republicano. Por conta disso, o feriado de 15 de novembro passa quase que em branco em todo o país. Boa parte dos brasileiros nem sabe do que se trata a data. Para além disso, poucas são as homenagens feitas pelo país ao acontecimento daquele contur...

Carta do Padre Renato Galvão revela aspectos dos pleitos eleitorais em Fátima.

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A missiva é endereçada ao neto do Barão de Jeremoabo, João da Costa Pinto Dantas Júnior, o Dr. Dantas, e trata das movimentações políticas entre os poderes de Cícero Dantas quando Fátima ainda se chamava Monte Alverne.             Na correspondência, o vigário da paróquia da cidade de Cícero Dantas fala sobre a situação em torno do pleito eleitoral no qual concorria ao cargo de prefeito da cidade. Deputado estadual na ocasião, Dr. Dantas era parte da linhagem do Barão de Jeremoabo, seu avô, falecido em 1903 e sepultado na igreja da cidade que carrega seu nome, Cícero Dantas.             Corria o ano de 1954 e o padre candidato assim escreve ao chefe político em tom de prestação de contas: Acabo de regressar de Monte Alverne onde realizei na tarde de hoje grande comício no qual seu nome foi delirantemente aplaudido. Lembrei ao povo a memória do saudoso coronel Chiqui...