Francisco Correia de Souza, pai de Raimundo Correia, Avelina, Severo Correia, entre outros. Fonte: Acervo pessoal de Marcelo Souza Reis. |
Raimundo Correia de Souza, tio avô de Correinha. Fonte: Acervo pessoal de Marcelo Souza reis |
Diário oficial de 18 de outubro de 1894 - Raimundo Correia e seu irmão Pedro recebem patente da Guarda Nacional. |
Não é
de hoje que, em minhas andanças, venho publicando textos aqui no blog que
tratam da numerosa família Correia – ou Correa – de Fátima. Sem sombra de
dúvidas, o maior expoente dessa família hoje é o conhecido Correinha da
Zabumba, famoso pelo seu gosto por reisados e missas do vaqueiro. É por essa
razão que hoje usaremos esse fatimense peculiar como base para entendermos a
saga dessa família em nossa região.
Como já referido aqui antes, a família
Correia (ao menos a linhagem que habita a Lagoa da Volta), descende de Levina
Dantas, irmã do Barão de Jeremoabo. Levina casou com Pedro Correia de Souza,
que eu acredito ser o avô de Correinha. Levina nasceu a 18 de abril de 1852 e
veio a falecer de parto em 4 de fevereiro de 1895. O casal, Levina e Pedro
Correia de Souza, tenente coronel da guarda nacional, teve numerosa prole.
Entre seus filhos estão Pedro Correia de Souza (pai de Correinha, nascido em 13
de janeiro de 1895 e falecido a 2 de fevereiro de 1976) e Antônio Correia (Tia
de Correinha). Ocorre que, de acordo com as pesquisas
de Marcelo Souza Reis, pesquisador, morador de Cícero Dantas, a linhagem
Correia, tem laços muito mais antigos lá na antiga Bom Conselho. Suas pesquisas apontam que o membro conhecido
mais antigo desse tronco familiar é Manoel Correia de Souza que assina
documentos em 1823 na antiga freguesia de Bom Conselho. Provavelmente de origem
pernambucana, Manoel teria passagem em Lagarto, antes de se estabelecer na
então vila ainda no início do século XIX, onde constituiu família. Entre os filhos de Manoel Correia está Francisco Correia de Souza, pai de um destacado homem na vida pública do Bom Conselho no século XIX, foi Raimundo Correia de Souza , que nasceu entre 1807 e 1808 (aqui é bom lembrar que, nessa época, nem a igreja de Nossa Senhora do Bom Conselho existia ainda, pois a capela primordial da referida igreja, só seria erguida em 1812, pelo Frei Apolônio de Todi) e faleceu no dia 10 de maio de 1884, aos 76 anos. Mas não sem antes fazer carreira na vida pública. Francisco Correia de Souza era amigo e correligionário do barão de Jeremoabo e foi vereador da cidade na primeira legislatura, em 1875, foi próspero fazendeiro e dono de numeroso plantel de escravos na fazenda Olaria, que fica próximo a sede de Cícero Dantas, na estrada que leva à Serra Grande. |
Francisco
casou-se com Dona Momô e com ela teve muitos filhos, entre eles, Raimundo
Correia de Souza, outro próspero fazendeiro, que herdou do pai a fazenda Olaria
(A Fazenda Olaria, aliás, foi palco do assassinato de Sérgio, escravo do mesmo
Raimundo Correia, por outro escravo, Martinho. O texto que conta essa história
está aqui abaixo).
O outro filho de Francisco Correia é
muito falado aqui no Blog, trata-se de Severo Correia de Souza, dono da fazenda
Maria Preta, que ficava onde hoje é o Pisa Macio. Severo não construiu a vida
em Bom Conselho, preferiu tocar a vida em terras afastadas dos irmãos, vindo a
se estabelecer aos pés da Serra do mocó, distante três léguas do torrão da
família.
Severo
se casou no dia 30 de setembro de 1859 com Líbia, da qual desconhecemos o
sobrenome. Líbia não tinha completado ainda os 12 anos quando se casou, pois
sua data de nascimento é 11 de dezembro de 1848.
O casal teve dois filhos, João Severo
de Souza, nascido em 14 de julho de 1869 e Francisca de Souza, nascida em 21 de
setembro de 1880. A idade de Líbia é um tema curioso. Tinha, como dito, menos
de 12 anos quando se casou e foi mãe do primeiro filho aos 21 anos.
No Bom Conselho, a família Correia
tinha diversas propriedades, que faziam deles uma linhagem rica. Entre essas
fazendas estavam: Tanque Novo que era a sede, Macacos, Oiteiro Redondo, Felix
Vieira, Cabo Verde, Campinas , Vitória, Olaria, Poço de Pedra, além de terras
no que hoje é o município de Fátima.
Para
ficar ainda mais interessante, Avelina (nascida em 20 de junho de 1850 e
falecida em 14 de janeiro de 1933), filha de Francisco Correia, casou com
Manoel Vieira de Andrade. O casal, Avelina e Manoel, são os responsáveis pela
junção da Família Correia à Família Vieira de Cícero Dantas. Desse casal,
nasceu um dos maiores expoentes do coronelismo em nossa Região, o Coronel
Francisco Vieira de Andrade, ou Chiquinho Vieira, como ficou conhecido.
Chiquinho Vieira, que faleceu em 1949 (Existe também um texto sobre ele aqui no
blog) foi mandatário da política local até princípios dos anos 1940, sendo,
inclusive, rival político de João Maria de Oliveira. Foi a Chiquinho que, por
volta de 1930, Ângelo Lagoa pediu autorização para a formação da feira que
funcionou por muitos anos onde hoje é a praça Ângelo Lagoa.
Dessa forma, o patriarca Manoel
Correia de Souza é pai de Francisco Correia de Souza, que é pai de Pedro
Correia de Souza (Avô de Correinha) que, por sua vez, é pai de outro Pedro
Correia de Souza, este, pai de Correinha. Seguindo essa genealogia, Manoel
Correia de Souza, oriundo provavelmente de Pernambuco, depois Lagarto, chegado
à vila do Bom Conselho por volta de 1800, é o trisavô de Correinha da Zabumba.
Pedro Correia de Souza (pai de Correinha) e sua esposa, Francisca Vieira de Andrade (1894-1973) - O casal está sepultado no cemitério da família na Lagoa da Volta. Foto: Moisés Reis. |
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