O foco desse blog é a pesquisa da história do Sertão baiano.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

Quem foi Ângelo Lagoa?

 

Imagem ilustrativa.

            Seu nome de batismo era Ângelo José de Souza, de acordo com alguns descendentes (netos, Bisnetos, sobrinho netos e outros), era um homem branco de olhos claros, com traços europeus. É possível que fosse descendente direto de Holandeses. Há indícios ainda por serem melhor estudados acerca da presença holandesa nessa região.

            De acordo com a pesquisa genealógica, Ângelo Lagoa, como era conhecido, teria nascido em 1856, em Heliópolis. Sobre sua mãe, sabe-se apenas que tinha como primeiro nome Genoveva, um nome que, por sua vez, tem origem do francês e significa “branca e suave”.

            Por volta dos anos 1920, ele chegou a essa região. Adquiriu uma propriedade de nome “Fazenda Boa Vista”, cujas terras se estendiam da atual praça da igreja, descendo em direção à praça Ângelo Lagoa, na direção da estrada que hoje liga Fátima a Heliópolis. No registro de terras do município de Cícero Dantas de 1857 a 1859, há pelo menos 7 propriedades com o nome “Boa Vista”, sendo, portanto, impossível afirmar de quem o patriarca da cidade adquiriu a terra.

Casou-se com Porfiria que era da família dos Canoa (família antiga nessa região, cuja maioria se concentrava em fazendolas nas áreas das atuais localidades de Cantos e Surjoa.   O casal concebeu numerosa família. Entre seus filhos estão: Emília Maria (Mila), João Sobrinho, Francisco Virgílio (Chico de Ângelo), Antônio Virgílio (Totonho Virgílio, delegado em Fátima e Heliópolis), Daltro Virgílio e Antão.

            Ângelo José é considerado o fundador da cidade de Fátima, pois foi em torno da primeira casa que construiu aqui, na atual Praça Ângelo Lagoa, que foi se formando o pequeno povoamento que, anos depois, daria origem ao município atual. Sua moradia ficava ao sopé da Serra do Mocó, onde hoje estão as torres de telefonia da cidade. Ainda nos anos 1920, Ângelo foi à Cícero Dantas pedir ao Coronel Chiquinho Vieira (1872 – 1949) apoio para construir um pequeno barracão naquela praça a fim de realizar ali uma feira livre.

            Eram tempos difíceis, com estradas precárias, a seca e cangaceiros que perambulavam por essas matas. Essa foi a principal razão para a criação da feira que inicialmente ficou conhecida como “Feirinha do Mocó”, nome pelo qual, o povoamento inicial passou a ser chamado.  

            O ano do seu falecimento, provavelmente foi 1955, ele teria 94 anos. De acordo com relatos, a morte de Ângelo gerou grande comoção na pequena localidade, que à época já se chamava Monte Alverne. Seus netos e netas, hoje já idosos, relatam que o avô ficou dias acamado antes de falecer.

 

Esse texto foi produzido em coautoria com J. Kléber Menezes.


Moisés Santos Reis Amaral, Professor há 19 anos do Município de Fátima, Licenciado em História pela Uniages com especialização em História e Cultura Afro-brasileira, Mestre em Ensino de História pela Universidade Federal de Sergipe. Autor das obras: Manual Didático do Professor de História, O Nazista e da HQ Histórias do Cangaço.

 

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