Dando seguimento ao tedioso trabalho
de leitura dos livros de tombo da paróquia de Cícero Dantas, me deparei com um importante
registro feito pelo padre Renato Galvão no longínquo ano de 1956.
Ávido pesquisador da história da
paróquia que chefiava, o Padre Renato fez diversas visitas ao instituto
histórico e geográfico da Bahia e teve acesso a importante documentação que
utilizou para montar um dossiê histórico do município de Cícero Dantas, além de
entrevistas e anotações em seus livros de registro.
Intitulado “Dados históricos das
capelas pertencentes à Freguesia de B. Conselho”, o registro faz um
apanhado das principais capelas espalhadas pelo município e inventaria também a
história de alguns povoados.
Entre as capelas registradas está a
atual Igreja Matriz de Fátima. Se você acompanha o Blog História de
Fátima, vai lembrar que o Pesquisador Juan Kléber Menezes e eu estamos há
algum tempo em busca de informações acerca de quem construiu a igreja de
Fátima.
Sobre esta, escreve o Padre:
Monte Alverne
(Fátima)
Em
fevereiro de 1935 realizou-se a primeira feira livre “ajuntamento” em torno da
casa comercial de certo Justino, hoje comerciante em Serrinha. M. Juvenal
Guimarães celebrou ali e fez junto de desobriga. Os seus sucessores
continuaram. Em 1940, M. Justiniano fez ali primeira missão dos padres
clarentianos – M. Mariano e M. Vitorino. Em 1945 existia a capela sem imagens e
semicoberta.
A partir do trecho acima, podemos
depreender que a capela já estava erguida – semicoberta, nas palavras do
religioso - em 1945, o que ainda nos deixa sem a devida resposta tão procurada.
Uma análise mais atenta, especificamente no trecho que cita: “Em fevereiro
de 1935 realizou-se a primeira feira livre “ajuntamento” em torno da casa
comercial de certo Justino, hoje comerciante em Serrinha” dá a entender que
as informações levantadas foram fruto de entrevistas com moradores mais
antigos, visto que o fato de citar “Um certo Justino” provavelmente
significa que o padre não conheceu o personagem citado (Justino), mas ouviu
isso de alguém, naturalmente durante as supostas entrevistas.
Mais adiante, o vigário cita ainda a
construção do Poço Municipal (A Bomba), por iniciativa dele próprio e de um tanque
municipal. Sobre esse último, as informações são vagas e não temos como saber o
local da construção.
Outro importante registro nos traz a
informação de quando Monte Alverne passou a se chamar Fátima. Sobre isso,
escreve:
Recebeu
o nome de Monte Alverne e na criação do distrito por nossa iniciativa passou a
chamar-se Fátima. Foi Feirinha, Monte Alegre, Feira do Mocó, Monte Alverne e hoje,
por decreto da criação do município, Fátima.
É possível observar que, de acordo
com o Padre Renato, ele próprio sugeriu o nome Fátima e cuidou para que o
decreto municipal dessa legitimidade ao novo nome do povoado. Quanto ao ano de
tal mudança, as informações também são vagas. O padre escreve o relato acima em
1956, mas não cita o ano da mudança. Cenas dos próximos capítulos.
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