O foco desse blog é a pesquisa da história do Sertão baiano.

quarta-feira, 28 de abril de 2021

Mais uma rara foto de Liberino Vicente ao lado dos seus companheiros de Volante em 1936.

 

Liberino Vicente em destaque.

 

Ao identificar a última fotografia com a ajuda de amigos e familiares de Liberino, foi possível revisitar as fotos do grupo de policiais que compunham a volante de Zé Rufino e, mais uma vez mediante confirmação com a família, foi possível nova identificação do fatimense entre os seus companheiros de farda, novamente no ano de 1936.

A fotografia que ilustra esse artigo foi feita na mesma ocasião do combate na fazenda Cangaleixo, no município de Porto da Folha, no Estado de Sergipe. A diferença é que a primeira foi tirada, como dito no último texto do Blog HISTÓRIA DE FÁTIMA, pelo Sírio Benjamin Abrão antes do combate que dizimou o grupo cangaceiro de Mariano e essa última foi tirada já na cidade de Porto da Folha após o tiroteio.

O cangaceiro Mariano era natural do município de Afogados da Ingazeira, Pernambuco. Nasceu no ano de 1898 e entrou no cangaço em 1924. Ele foi um dos 8 cabras que chegaram à Bahia em 1928 e foram flagrados na foto abaixo, feita em Ribeira do Pombal-BA pelo alfaiate Aristides Fraga.


Mariano junto a Lampião, Corisco, Ezequiel e o restante do bando. Ribeira do Pombal (1928).

Após o episódio em Pombal o grupo passou por Cícero Dantas, Sítio do Quinto, Heliópolis e, possivelmente, por Fátima. Oito anos após entrar na Bahia, Mariano, já chefe de subgrupo, foi abatido pela volante na qual Liberino Vicente combatia em Sergipe.

A volante de Zé Rufino é considerada por boa parte dos estudiosos do cangaço como o mais eficiente grupo policial no combate ao cangaceirismo. Em entrevistas concedidas em Jeremoabo, onde passou a morar após a aposentadoria e onde morreu já como coronel da reserva, Zé Rufino orgulhosamente afirmou nunca ter perdido um homem em combate.

Existem poucos registros fotográficos da volante de Zé Rufino nos tempos do cangaço. A foto aqui em destaque foi veiculada em jornais sergipanos da época e registra a dureza da vida daqueles homens que combatiam e eram combatidos em tempos dificílimos para homens e mulheres sertanejos.

Para o fatimense, penso eu, é importantíssimo conhecer esse capítulo da história do país “protagonizado” por um de seus conterrâneos, cujos parentes e amigos ainda vivem entre nós. Como já afirmei antes, fui vizinho de “Seu Liberino” e lembro dele já idoso quando eu era ainda uma criança na Praça Ângelo Lagoa.


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