O foco desse blog é a pesquisa da história do Sertão baiano.

quarta-feira, 30 de abril de 2025

Calúnias do passado na Vila do Bom Conselho.


 

No dia 2 de novembro de 1892, uma abastada família do Bom Conselho comprava um espaço no jornal impresso denominado JORNAL DE NOTÍCIAS, com sede em Salvador sob o desejo de defender a honra de um dos seus membros e, por consequência, a honra de toda a família Gonçalves de Souza.

Dias antes da nota no dito jornal, João Gonçalves de Sousa, morador nascido no Bom Conselho, se dirigia à capital portando certa quantia em dinheiro, o objetivo da viagem era fazer compras para o seu comércio e trazer víveres para os seus conterrâneos. Era uma viagem longa, cansativa e dispendioso.

Na altura do município de Alagoinhas, houve um roubo de animais e o sertanejo foi acusado de ser o malfeitor.

Não se sabe se João Gonçalves foi ou não o praticante do crime, o que ficou para a história, foi a indignação dos seus familiares com o ocorrido. Tamanha foi a revolta da família que um dos seus irmãos procurou o periódico para publicar a nota e esclarecer que em sua família não havia ladrões.

Não satisfeito, a família Gonçalves recolheu notas do Juiz da cidade, do Juiz de Paz, do promotor e do padre, afirmando a boa conduta do rapaz. Todos esses depoimentos foram publicados na nota, a fim de dar veracidade ao que diziam.

O padre Vicente Martins, que estava no Bom Com Conselho já fazia nove anos, assim escreveu:  

 

Atesto que o procedimento do suplicante, já como pai de família, já como comerciante, já como empregado público, é ótimo.

 

Bom Conselho, 1° de novembro de 1892.

 

Esse é um fato que aparentemente não tem muita importância histórica, mas que é uma amostra muito interessante para entendermos as regras de conduta e demais facetas sociais de quem viveu no sertão nessa época.

 

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