No dia
2 de novembro de 1892, uma abastada família do Bom Conselho comprava um espaço
no jornal impresso denominado JORNAL DE NOTÍCIAS, com sede em Salvador sob o desejo
de defender a honra de um dos seus membros e, por consequência, a honra de toda
a família Gonçalves de Souza.
Dias
antes da nota no dito jornal, João Gonçalves de Sousa, morador nascido no Bom
Conselho, se dirigia à capital portando certa quantia em dinheiro, o objetivo
da viagem era fazer compras para o seu comércio e trazer víveres para os seus
conterrâneos. Era uma viagem longa, cansativa e dispendioso.
Na altura
do município de Alagoinhas, houve um roubo de animais e o sertanejo foi acusado
de ser o malfeitor.
Não se
sabe se João Gonçalves foi ou não o praticante do crime, o que ficou para a
história, foi a indignação dos seus familiares com o ocorrido. Tamanha foi a
revolta da família que um dos seus irmãos procurou o periódico para publicar a
nota e esclarecer que em sua família não havia ladrões.
Não satisfeito,
a família Gonçalves recolheu notas do Juiz da cidade, do Juiz de Paz, do promotor
e do padre, afirmando a boa conduta do rapaz. Todos esses depoimentos foram publicados
na nota, a fim de dar veracidade ao que diziam.
O
padre Vicente Martins, que estava no Bom Com Conselho já fazia nove anos, assim
escreveu:
Atesto
que o procedimento do suplicante, já como pai de família, já como comerciante,
já como empregado público, é ótimo.
Bom
Conselho, 1° de novembro de 1892.
Esse é
um fato que aparentemente não tem muita importância histórica, mas que é uma
amostra muito interessante para entendermos as regras de conduta e demais
facetas sociais de quem viveu no sertão nessa época.
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