Era 6
de março de 1970, Fátima ainda era conhecida como “Vila de Fátima” e pertencia
ao município de Cícero Dantas. Naquele dia, um marido possessivo entrou em sua
casa, na rua “Rua Velha” como chamavam os moradores, sacou sua arma a atirou
contra a esposa que costurava em uma velha máquina.
Mortalmente
ferida, Adelina Santos Souza, tomba sobre o móvel inerte. O marido assassino, Ananias
Santana de Souza, era soldado, servia sob as ordens de Liberino Vicente,
ex-volante e delegado do distrito na época.
O crime
chocou a pequena localidade, o delegado deu voz de prisão a um companheiro de
farda que, mesmo diante do ato brutal que acabara de cometer, não fugiu e não
esboçou qualquer reação violenta após o crime. Foi conduzido para uma cela improvisada
onde hoje é o Mercadinho JR e aguardou até ser conduzido para a cadeia de
Cícero Dantas.
Lá,
aguardou até ser submetido a júri popular, que aconteceu no 18 de julho de 1974,
alguns fatimenses chegaram a ir assistir ao júri. Condenado por unanimidade a
14 anos de prisão, foi enviado à Salvador, mais precisamente para a penitenciária
Lemos de Brito, aonde chegou no dia 23 de setembro de 1974, quatro anos após o
crime. O juiz que condenou o réu foi Walter Nogueira Brandão.
Natural
do Saco, próximo a Paripiranga, o soldado Ananias Santana Souza contava com 34
anos quando cometeu o crime. Era filho de Francisco José de Souza e Maria
Luduvice de Santana, mas vivia em Vila de Fátima, provavelmente em decorrência
do trabalho.
Ela era
costureira e consta que ele sempre fora um homem muito ciumento e teria sido essa
a motivação do crime.
Durante
o cumprimento da pena, o advogado alegou que o julgamento teria tido diversos
problemas, entre eles, a desconsideração de o crime ter sido cometido em um ato
repentino e impensado. Os argumentos da defesa convenceram a juíza Arcy
Ferreira Dias que, no dia 21 de novembro de 1975, resolve anular o julgamento.
O réu
foi reconduzido à Cícero Dantas, pois, no dia 27 de setembro de 1976, a mesma
juíza solicita do diretor da penitenciária uma escolta para a viagem de
Ananias.
Novo julgamento
é marcado, mas dessa vez o réu é condenado a 16 anos, aumentando ainda mais a
sua pena e revelando o quanto esse fato marcou a sociedade local. Seu retorno à
penitenciária foi no dia 09 de setembro de 1977.
Sendo considerado
um detento de bom comportamento, Ananias recebe o benefício da liberdade
condicional em 01 de agosto de 1978 e passou a viver em Alagoinhas, onde atuou
como corneteiro no batalhão de polícia local. Sabe-se que morreu naquela cidade
em data ignorada.
Esse texto
teve a valiosa ajuda de Eduardo Pires.
Fonte:
Arquivo Público da Bahia, seção judiciária, processo-crime.
Olá Amigos@ Será Que Poderíamos Entrar em contato ....Vivo em Santa Catarina mas preciso de informações de familiares que viveram e em Fatima - Aproximadamente Monte Negro -- Estou Montando Mina Arvore Genealógica .. abraços meu email - rogeriooliveiranunes@gmail.com - meus Familia de sobrenome ( NUNES DE OLIVEIRA ) ABRAÇOS
ResponderExcluirSerá que poderia entrar em contato rogeriooliveirasnunes@gmail.com tenho um Assunto de 1960...Obrigado
ResponderExcluirOlá professor Moisés, parabéns por sua atuação como historiador,essa terra tem muito o que contar. O feminicidio não é um fato recente é uma prática antiga que infelizmente está ficando corriqueiro.
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