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Mostrando postagens de outubro, 2024

Documento de compra da fazenda Mundo Novo.

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  No dia 16 de julho de 1857, o produtor José de Souza Quirino procurava a igreja para registrar a compra da propriedade Mundo Novo. Essa área de terra ainda hoje conserva a mesma denominação e nos tempos atuais, apenas a região que vai do fundo da praça Ângelo Lagoa até as imediações do povoado Quirinos, carrega esse nome. É provável que tenha sido por essa data que o sobrenome “Quirino”, apareceu na região. A propriedade foi comprada ao Capitão Antônio Ferreira e tinha como limites:   Que principia na cabeceira da baixa dos tanquinhos, onde chega às terras de Aniceto Rodrigues, rumo direito para a Nascente para o antigo curral falso do mandacaru e daí voltará por cima deste dito alto a Serra do Mocó onde tem um trabalho abaixo da malhada do dito marco por esta serra acima a cabeceira do saco dos Tamburis rumo direito a beira da baixa da Gitirana, daí voltará para onde principia esta demarcação. Sua extensão é de meia légua, pouco mais ou menos.   No trecho acima, temos ...

Dadá deixa a “prisão”

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  Fonte: O cruzeiro. Como é de conhecimento daqueles que se interessam pela temática do cangaço, Sergia Ribeiro da Silva, a Dadá foi encaminhada para a capital baiana após a morte do seu companheiro Corisco. Em Salvador, a prisioneira deu entrada no Hospital Santa Isabel, onde permaneceria durante cerca de dois anos como paciente/prisioneira. Amputada da perna direita em decorrência dos ferimentos causados pela volante de Zé Rufino, Dadá passou por um período difícil de desamparo, até implorar ao famoso rábula Cosme de Farias que intercedesse em seu favor. Ao longo de cerca de 7 meses, Cosme de Farias e o advogado Batista Augusto de Barros, se empenharam em sua defesa, com a finalidade que a ela fosse concedida a liberdade condicional. Várias estratégias foram utilizadas pela defesa para essa finalidade, entre as quais, encontrar alguém disposto a oferecer abrigo à ex-cangaceira a fim de alegar residência física em Salvador. Finalmente, a 26 de junho de 1942, Dadá deixa o Hospital ...

As primeiras famílias da região.

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  Durante boa parte da história do Brasil colônia, as pessoas não eram donas das terras, isto porque, antes de 1850, todas as terras pertenciam a união e o Estado Imperial concedia o direito de explorar as terras para alguns indivíduos que deveriam pagar pelo direito de plantar ou criar animais. A partir de 1850 o Brasil institui e Lei de Terras, que possibilitou àqueles que tinham condições financeiras adquirir terras comprando-as do estado. Por aqui, em 1856, o Padre Caetano Dias (sepultado na igreja de Cícero Dantas) inicia os registros das propriedades da região, dando a posse aos seus novos donos. É aí que temos os registros das primeiras linhagens familiares que chegaram à atual região semiárida entre Bahia e Sergipe. Nos registros eclesiásticos de terras, constam os nomes das primeiras fazendas, cujos compradores traziam cognomes que ainda hoje habitam a mesma área. Nomes como Dantas, Reis, Nascimento, Pereira, Cruz, Abreu, Sant’ Ana (que com o tempo passaria a ser grafa...

Davi

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  Por volta do ano de 1870, chega à Vila do Bom Conselho (Atual cidade de Cícero Dantas), David José dos Santos, um homem de estatura baixa e corpulento, oriundo da cidade de Água Branca, nas alagoas. Davi, como ficou conhecido na região, chegou a atuar como jagunço de Cícero Dantas Martins, o Barão de Jeremoabo, tinha fama de matador e se instalou na região chamada Lagoa de dentro. Em Bom Conselho praticou diversos homicídios, era um homem frio que agia sozinho, não há registros de grandes assaltos de sua autoria, era o típico valentão que as vezes matava por pura diversão. Chegou a ser preso por várias vezes e fugiu outras tantas, tendo registrado, inclusive, fugas da penitenciária da Bahia, hoje Hospital de Custódia, na capital.           Por ser aliado do Barão, David era inimigo declarado de um desafeto de Cícero Dantas Martins. O vigário da cidade, o Cônego Caetano Dias (Hoje sepultado no altar da igreja de Nossa Senhora do Bom C...

A Família Bizá.

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Fonte: Fátima de Outrora. De acordo com o pesquisador Juan Kléber, os Bizá (como eram conhecidos) são antigos moradores de Fátima. Pelo que consegui rastrear, essa família já vive sobre este solo desde o século XIX, tendo como ancestral mais antigo Lourenço Bizá. A casa da família ficava onde hoje é a saída da cidade no sentido Paripiranga, era parada de viajantes vindos de Sergipe. A história dos Bizá é quase que completamente baseada na oralidade, tendo pouca documentação a respeito, uma delas é a rara foto acima publicada originalmente na página Fátima de Outrora. Para além disso, pude garimpar alguns registros de indivíduos que assinavam o cognome “Bizá” em documentos oficiais. É o caso de José Febrônio dos Reis Bizá, que aparece como testemunha de dois casamentos, um ocorrido em 1906 e outro em 1910, esses registros são parte do acervo histórico da Igreja de Nossa Senhora do Bom Conselho em Cícero Dantas. Situação semelhante ocorre com Raimundo Ribeiro de Castro Bizá, que se c...

Chico de Anjo

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Foto: Fátima de Outrora           Francisco Virgílio de Souza nasceu em 1895, casou-se com Maria Francisca de Souza no dia 28 de novembro de 1923, foram testemunhas do matrimônio Francisco Vieira de Andrade e José Barbosa das Virgens. Era talvez o mais bem sucedido dos filhos de Ângelo Lagoa e Porfíria. Chico de Ânjo e Dona Maria criaram grande família. Os seus filhos (que aparecem na foto publicada por @Fátima de Outrora) são: Joaninha de Antonio Barbeiro, Nita de Zequinha de Antero, Dezi de Ferreira de Nenem, Terezinha de Alfredo Nocencio, Zefinha de Manelinho, Dedé, Enoque de Alice, Ferreirinha de Marizete e Dazinha de Pedro de Antonio Tatá. Viveu a maior parte da vida na atual Praça Ângelo Lagoa, na residência construída próxima à casa dos pais.  Foto: Fátima de Outrora. Texto Produzido por Moisés Reis e Juan Kléber Menezes