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Mostrando postagens de setembro, 2023

O povoamento do nosso sertão

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  Para entender como a zona sertaneja do Nordeste brasileiro foi povoado pelo homem branco (a bem da verdade de maioria mestiça) é preciso compreender que, para o colonizador, toda zona situada distante do litoral era conhecida como sertão. Assim, o cerrado e mesmo a Amazônia entrava na classificação de “O grande Sertão”. Isso posto, é igualmente importante compreender que a sociedade colonial era baseada visceralmente no litoral e sua economia inicial era fundada no cultivo da cana-de-açúcar e na produção dos seus derivados, uma economia essencialmente fundamentada na exportação. Ocorre que, com o aumento da população dessa zona litorânea, percebeu-se a necessidade da produção de carne para o abastecimento interno e foi daí que um problema fez com que o colonizador voltasse seus olhos para o sertão ermo, seco e povoado por povos indígenas. As férteis terras litorâneas eram decerto muito valorizadas pelos senhores de engenho que faziam uso do seu potencial para produzir a can...

Labareda foi julgado em Jeremoabo?

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  Fonte: Blog Lampião Aceso.      Era alta madrugada do dia 8 de julho de 1939 quando um grupo de homens fortemente armados chega a uma modesta casa onde viviam os habitantes da fazenda Curral dos Altos, no município de Bebedouro (Hoje Coronel João Sá – Ba), os bandidos invadem a residência com facilidade, rendem os ocupantes do imóvel e iniciam a execução de um terrível plano de vingança.             Logo, tiros de parabélum ecoam pela caatinga imersa na escuridão da noite, três corpos caem mortos, são Olegário Bispo, filho da dona da fazenda e dois viajantes, que seguiam para Paripiranga-Ba e tomaram a infeliz decisão de pernoitar ali, foram friamente mortos, eram Antônio Elias e Nonato Terêncio.             O bando segue a sua romaria de crimes, viajam até a fazenda Logradouro, no mesmo município, e lá assassinam Jovina Maria de Jesus para logo em segu...

Povoado Panelas

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  No distante ano de 1918, um acontecimento brutal assinala o nome do povoado Panelas na história do município. Tudo teve início após um defloramento cometido por um certo João Porfírio dos Reis, este conhecido como João Grande, era nascido e morador das Pedrinhas. Sua data de nascimento remonta ao ano de 1896. João Grande, aparentemente, seduziu uma moça, sobrinha de João Lucindo de Souza. De acordo com o processo, João Lucindo, em ato de vingança, enviou um emissário à casa do sedutor sob pretexto de irem ambos em viagem das Pedrinhas para as Panelas. Em determinado momento do percurso, João Lucindo aguardava João Grande em tocaia para consumar seu plano de vingança. Consta dos depoimentos que João Lucindo dominou João Grande com certa facilidade e o espancou, para finalizar com um simbolismo macabro, castrou a sua vítima. Essa surra levaria, meses mais tarde, ao assassinato de João Lucindo nas imediações da igreja Assembleia de deus, na sede do município, quanto à castraçã...

Cangaceiros presos.

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  Moisés Santos Reis Amaral Resumo:               Poucos foram os cangaceiros que tiveram que prestar contas à justiça pelos seus atos. Isso porque boa parte morreu em combate e outra parte substancial se beneficiou do indulto oferecido pelo Estado Novo Varguista após a morte de Lampião. Para esses últimos, restou deixar o Nordeste e seguir a vida em outras regiões do país, sem enfrentar julgamento nem prisão. Alguns cangaceiros, contudo, perderam a janela do indulto governamental e precisaram encarar a lei. É sobre esses o nosso foco nesse trabalho, as penas, os anos de prisão e a vida após cumprir sua sentença são os nossos motes.     Após a chacina ocorrida em 28 de julho de 1938 na Grota do Angico em Sergipe, inicia-se uma nova fase no fenômeno do cangaço que ficou conhecida como “As entregas”. Com o desaparecimento do chefe maior e o consequente desmantelamento das redes de coiteiros intensificad...

E o trem, finalmente, veio.

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  Foto: Matheus Matos                     Há exatos cinco anos, publiquei no Blog História de Fátima a saga do trem que nunca chegou a apitar em terras fatimenses. A obra, abandonada em 1955, deixou diversos vestígios físicos em boa parte do território do município, além da lembrança em muitos fatimenses.           No último sábado, dois de setembro de 2023, a Escola Municipal Professora Idivania, trouxe para a avenida a representação de um pedaço da história do nosso município e o ponto alto, sem dúvidas, foi o trem, cuidadosamente confeccionado pela nossa equipe.           O trem foi representado com um aspecto fantasmagórico, carregado por alunos fantasiados com roupa branca e os rostos pintados. A aparência dada ao trem na avenida se deve ao fato de sua história ter ficado para a gerações posteriores ao fim dos trabalhos no ca...