Liberino Vicente em destaque. |
Ao
identificar a última fotografia com a ajuda de amigos e familiares de Liberino,
foi possível revisitar as fotos do grupo de policiais que compunham a volante
de Zé Rufino e, mais uma vez mediante confirmação com a família, foi possível
nova identificação do fatimense entre os seus companheiros de farda, novamente
no ano de 1936.
A fotografia
que ilustra esse artigo foi feita na mesma ocasião do combate na fazenda
Cangaleixo, no município de Porto da Folha, no Estado de Sergipe. A diferença é
que a primeira foi tirada, como dito no último texto do Blog HISTÓRIA DE
FÁTIMA, pelo Sírio Benjamin Abrão antes do combate que dizimou o grupo
cangaceiro de Mariano e essa última foi tirada já na cidade de Porto da Folha
após o tiroteio.
O cangaceiro
Mariano era natural do município de Afogados da Ingazeira, Pernambuco. Nasceu no
ano de 1898 e entrou no cangaço em 1924. Ele foi um dos 8 cabras que chegaram à
Bahia em 1928 e foram flagrados na foto abaixo, feita em Ribeira do Pombal-BA
pelo alfaiate Aristides Fraga.
Mariano junto a Lampião, Corisco, Ezequiel e o restante do bando. Ribeira do Pombal (1928). |
Após
o episódio em Pombal o grupo passou por Cícero Dantas, Sítio do Quinto, Heliópolis
e, possivelmente, por Fátima. Oito anos após entrar na Bahia, Mariano, já chefe
de subgrupo, foi abatido pela volante na qual Liberino Vicente combatia em
Sergipe.
A
volante de Zé Rufino é considerada por boa parte dos estudiosos do cangaço como
o mais eficiente grupo policial no combate ao cangaceirismo. Em entrevistas
concedidas em Jeremoabo, onde passou a morar após a aposentadoria e onde morreu
já como coronel da reserva, Zé Rufino orgulhosamente afirmou nunca ter perdido
um homem em combate.
Existem
poucos registros fotográficos da volante de Zé Rufino nos tempos do cangaço. A
foto aqui em destaque foi veiculada em jornais sergipanos da época e registra a
dureza da vida daqueles homens que combatiam e eram combatidos em tempos dificílimos
para homens e mulheres sertanejos.
Para
o fatimense, penso eu, é importantíssimo conhecer esse capítulo da história do
país “protagonizado” por um de seus conterrâneos, cujos parentes e amigos ainda
vivem entre nós. Como já afirmei antes, fui vizinho de “Seu Liberino” e lembro
dele já idoso quando eu era ainda uma criança na Praça Ângelo Lagoa.