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Mostrando postagens de novembro, 2024

Assassinato na Praça Ângelo Lagoa.

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  Era 6 de março de 1970, Fátima ainda era conhecida como “Vila de Fátima” e pertencia ao município de Cícero Dantas. Naquele dia, um marido possessivo entrou em sua casa, na rua “Rua Velha” como chamavam os moradores, sacou sua arma a atirou contra a esposa que costurava em uma velha máquina. Mortalmente ferida, Adelina Santos Souza, tomba sobre o móvel inerte. O marido assassino, Ananias Santana de Souza, era soldado, servia sob as ordens de Liberino Vicente, ex-volante e delegado do distrito na época. O crime chocou a pequena localidade, o delegado deu voz de prisão a um companheiro de farda que, mesmo diante do ato brutal que acabara de cometer, não fugiu e não esboçou qualquer reação violenta após o crime. Foi conduzido para uma cela improvisada onde hoje é o Mercadinho JR e aguardou até ser conduzido para a cadeia de Cícero Dantas. Lá, aguardou até ser submetido a júri popular, que aconteceu no 18 de julho de 1974, alguns fatimenses chegaram a ir assistir ao júri. Condenado p...

Capitão Felipe Castro, o humanista.

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  Enquanto José Osório de Farias, o Zé Rufino, era um autêntico caçador, um guerreiro das caatingas acostumado a combater violência com violência, o capitão Felipe Borges de Castro, se notabilizou pelo seu viés humanitário. Estudioso do tema cangaço e do sertão enquanto palco principal do fenômeno, o Capitão Felipe, como era conhecido, chegou a propor abordagens de não-violência como ferramenta de combate ao cangaço. Em relatório enviado ao comando, chegou a afirmar:   [...] dos estudos feitos por esse comando, no distrito de Bebedouro, município de Geremoabo, quando de sua viagem daquela zona, resulta falar com segurança acerca do abandono que se encontrava, aquela terra, a infância cujo vida estar condicionada aos horrores do Cangaço criminoso. Não há escolas, nem oficinas, nem arados. Ali, só o bacamarte, conduzido por mãos assassinas, doutrinado exemplifica. IV a escola, para o cujo funcionamento despende o governo certa importância, vive fechada. V – o passatempo favorit...

Você tem hábitos herdados dos Judeus e nem desconfia.

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  Quem nunca ouviu dos pais ou avós que não se pode contar estrelas? Contar os astros no céu, de acordo com a tradição popular, faz nascer verrugas; e muitas verrugas ao longo da história, foram classificadas como uma consequência da teimosia das crianças e realizar tal ação.           Mas de onde vem essa ideia que, nos tempos atuais, até soa como absurdo, ingenuidade?           E se eu te disser que essa e tantas outras tradições que permearam por séculos e por diferentes gerações, têm origem no judaísmo? Isso mesmo, de acordo com a tradição judaica, o dia começa com o aparecimento da primeira estrela no céu do dia anterior e isso fazia com que os judeus ficassem atentos ao aparecimento do astro no céu noturno. Como a prática do judaísmo foi proibida durante muitos anos em territórios portugueses, temia-se que as crianças apontassem para o céu, para a primeira estrela, e revelasse seu in...

Povoado Monte Negro – Fátima/Bahia e a Lei de Terras de 1850.

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  Após a implantação da Lei de terras, que obrigava os posseiros a registrar e pagar pelos registros de terras no Brasil, uma verdadeira romaria se verifica em toda essa região.           A razão para isso é que, antes da dita lei, todos os ocupantes de terras no Brasil não eram necessariamente donos, tinham apenas o direito concedido pelo império de nela trabalhar.           Com a vigência da lei de terras (18 de setembro de 1850), todos os posseiros tiveram que buscar a regularização das propriedades, o que levou a uma procura muito grande pelos padres da região, uma vez que os registros só poderiam ser feitos pela igreja, maior representante do estado nos sertões.           O vigário de Cícero Dantas, Caetano Dias da Silva (Hoje sepultado no altar da igreja de Nosso Senhora do Bom Conselho) foi o responsável pelo registro de um sem-número de faze...