O foco desse blog é a pesquisa da história do Sertão baiano.

sexta-feira, 3 de julho de 2020

A Prefeitura municipal de Cícero Dantas publica o decreto de construção do Mercado Público Municipal na então Vila de Fátima.

Decreto de 17 de julho de 1964


Naquele fatídico ano de 1964, que ficaria marcado para a história nacional como o ano do golpe militar que instauraria uma sombria ditadura de 21 anos no país, na pequena cidade de Cícero Dantas, da qual Fátima fazia parte, estava em vigor o mandato do Padre Renato Galvão, mandato que durou de 1962 a 1965 em decorrência da renúncia do vigário alegando problemas de saúde.
            Na câmara municipal, havia um representante da então Vila de Fátima. Seu nome era João Maria de Oliveira e tinha sido eleito vereador do município de Cícero Dantas pela primeira vez.
            Se você, caro leitor fatimense, fosse contemporâneo daquele legislatura, é quase certo que cultivaria um sentimento de esperança de novos e melhores tempos para a pequena Vila de Fátima na dita conjuntura. Mas isso não seria por acaso, afinal, a Vila agora tinha um representante, filho da terra, no poder legislativo (João Maria) e um notório simpatizante no executivo municipal, o então prefeito, Renato Galvão.
            Ao que tudo indica, o Padre Renato era um homem de grande espírito público, as suas correspondências com o deputado estadual e líder local João da Costa Pinto Dantas, revelam uma preocupação com o município digna de alguém que realmente estava disposto a ajudar.
            Assim, dadas as condições políticas favoráveis, no dia 17 de julho de 1964 o padre/prefeito assina o decreto da construção do Mercado Público Municipal para a Vila de Fátima, à época, o maior povoado do município de Cícero Dantas.
            Não está claro qual a participação do então vereador João Maria na aquisição da obra, o fato é que, dadas as circunstâncias, tudo nos leva a crer que o político que ainda teria uma longa história política em Fátima, não só tinha interesse na obra como buscou pelo recurso.
            Em caráter de urgência e com um orçamento inicial de três milhões de cruzeiros, o povo fatimense foi contemplado com uma obra que, de certo, veio a melhorar a vida dos munícipes. 
Por ocasião da construção do mercado, também conhecido pelos fatimenses como Açougue Municipal, o comércio alimentício que funcionava na Praça Ângelo Lagoa, onde outrora funcionava a feirinha e o barracão, para a assim chamada "Rua Nova" que mais tarde daria origem à atual Avenida Nossa Senhora de Fátima, a maior da cidade. A construção da década de 1960 ainda hoje existe na atual avenida Nossa Senhora de Fátima e nos dias atuais abriga o Banco do Brasil e um almoxarifado da prefeitura.

·         A documentação para a construção desse artigo nos foi enviada pelo pesquisador Juan Kléber Menezes.

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