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Mostrando postagens de julho, 2025

NAÇÃO e SÍTIO, águas que testemunharam o princípio de Fátima.

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  NAÇÃO e SÍTIO, águas que testemunharam o princípio de Fátima.   Após a carta régia de 1701 que direcionou a criação de gado para o sertão, as primeiras estradas (caminhos do boi) começaram a ser abertas, eram veredas que serviam para o transporte do gado que engordava no sertão e era conduzido para o abastecimento dos mercados de carne no litoral.  Como não havia tecnologia para refrigeração, as únicas formas de fazer com que a carne chegasse aos locais de consumo no litoral era a produção da carne seca ou a condução dos animais vivos até os locais de abate, sendo essa segunda técnica utilizada em larga escala. Quem conhece o sertão, sabe que nessa zona existem apenas duas estações, uma seca e outra chuvosa. Essa peculiaridade climática, obrigava o sertanejo a construir estruturas rudimentares para preservar a preciosa água que fluía nas enxurradas durante o período chuvoso. Inicialmente eram estrutura simples, construídas informal e coletivamente. Próximos a córre...

ASSOMBRAÇÃO DA MARIA PRETA

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  A área onde existia a antiga fazenda Maria Preta carrega há muito tempo uma aura pesada, uma sensação de que algo de muito ruim aconteceu ali. Desde tempos imemoriais que as pessoas relatam visões inexplicáveis, sensações estranhas ao passar por determinados trechos da estrada que liga a região do João Barbosa e a zona urbana do município, sobretudo nas imediações do Pisa-macio.           Entre sensações estranhas e visões inexplicáveis, existem relatos de avistamentos de pessoas ou animais que desaparecem misteriosamente, causando pavor em algumas pessoas. Quando eu era criança, sempre evitava andar por aquela região de tanto ouvir falar de assombrações.           Assombrações, “malassombros”, “paracé”, alma pena. Muitas são as denominações, muitas são as formas que o sertanejo tem de se referia ao inexplicável.           O meu blog fala de histó...

Mais um filho de Ângelo Lagoa e Porfíria:

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  Francisco Virgílio de Souza nasceu em 1896, na atual Praça Ângelo Lagoa, era o 6° filho do casal fundador. Casou com Maria Francisca de Souza no dia 28 de novembro de 1923, quando Fátima ainda se chamava Mocó. O casal teve nove filhos que deixaram um grande número de descendentes. 

Sertão violento, assassinato em Bom Conselho, 1874.

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  Um grupo de 4 homens, entre eles dois peritos amadores, deixa Bom Conselho (atual cidade de Cícero Dantas) após o almoço em direção à fazenda Cajazeiras, tinham a ingrata missão de periciar o corpo de uma menina de doze anos, brutamente assassinada a pauladas. Era 19 de abril de 1874, e a cena encontrada na casa de João Sacerdote do Nascimento foi terrível. No alpendre da simples casa de taipa, o corpo franzino de uma menina branca estava estendido, tinha a cabeça esfacelada por golpes de um porrete de tal modo que os peritos Manoel Joaquim da Silva e Joaquim Dantas de Miranda não tiveram condições de precisar quantos golpes foram o suficiente para produzir tamanho estrago. Além dos peritos, estiveram na ocasião do exame de C orpo de Delito o subdelegado e o escrivão, responsável por produzir as primeiras linhas dessa história ocorrida há mais de 150 anos. O assassino, José D’Assunção, era primo da vítima. Censão, como era conhecido, era tido como um toleirão, era um homem...

Você sabe o significado das pedras nas capelinhas e túmulos?

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  Em diversos locais do sertão, não é difícil visualizar pedras cuidadosamente colocadas em cima de túmulos ou mesmo nas capelinhas que marcam o local da morte de alguém. Não é difícil imaginar que a maioria das pessoas que praticam esse antigo costume não faz ideia da razão para essa prática. O que poucos sabem é que é esse um costume judeu, trazido ao Brasil há séculos pelos chamados Cristãos-novos, judeus convertidos forçosamente ao catolicismo. No judaísmo tradicional, o ato de colocar pedras sobre túmulos ao visitar um cemitério é uma prática de origem muito antiga, provavelmente ligada às vivências de povos do deserto. Além de indicar respeito pelos mortos e marcar a presença de quem visita, as pedras ajudavam a manter o túmulo visível e protegido contra animais ou erosões em solos arenosos. Essa simbologia atravessou gerações e migrou junto com os judeus para diferentes partes do mundo. No Nordeste brasileiro , sobretudo no Sertão, chegaram cristãos-novos (judeus conv...