A área onde existia a antiga
fazenda Maria Preta carrega há muito tempo uma aura pesada, uma sensação de que
algo de muito ruim aconteceu ali. Desde tempos imemoriais que as pessoas
relatam visões inexplicáveis, sensações estranhas ao passar por determinados
trechos da estrada que liga a região do João Barbosa e a zona urbana do
município, sobretudo nas imediações do Pisa-macio.
Entre sensações estranhas e visões inexplicáveis, existem
relatos de avistamentos de pessoas ou animais que desaparecem misteriosamente,
causando pavor em algumas pessoas. Quando eu era criança, sempre evitava andar
por aquela região de tanto ouvir falar de assombrações.
Assombrações, “malassombros”, “paracé”, alma pena. Muitas
são as denominações, muitas são as formas que o sertanejo tem de se referia ao inexplicável.
O meu blog fala de história e tomando a história como uma
ciência, é necessário cautela ao tratar de certos assuntos. Não existem
evidências científicas da vida após a morte ou mesmo de pessoas que voltam de
outro plano para nos assombrar.
Dito isso, é necessário que se compreenda (além das
questões de fé), que o simples fato de existir nessa região específica uma “atmosfera
ruim”, me desperta o interesse de conhecer as razões para esse fenômeno.
Conhecendo o passado daquele torrão, algumas questões me
parecem importantes para se pensar acerca do caso. A principal problemática que
me surge é o fato de ali ter sido um local de sofrimento para as pobres
criaturas expostas às agruras da escravidão. Os escravizados de Severo Correia
sofreram, naquele mesmo espaço territorial, as chibatadas embaixo do Pé de
Caixão, o desrespeito dos sepultamentos sem qualquer liturgia e uma gama de situações
absolutamente cruéis.
O que é comum ouvir de algumas pessoas que conhecem a
história e que habitam aquela região há muitos anos, é a associação entre as
ditas assombrações e as mazelas dos escravos da Maria Preta, como se tal
processo histórico tivesse criado uma zona amaldiçoada ou algo nesse sentido.
Pessoalmente, concordo e discordo desse linha argumentativa,
compreendo que as angústias dos antigos escravizados produziram a má fama do lugar,
mas não entendo que isso tenha causado algo sobrenatural, o meu palpite é que as
histórias de sofrimento e injustiça, associado ao cemitério de escravos perdido
no tempo, tenham atravessado as gerações, produzindo nas pessoas a sensação de
que algo de ruim tenha acontecido ali, o resto fica por conta da imaginação e
das crendices do sertanejo.
Que tal escavar pra ver se existe cemitério clandestino dos escravos.
ResponderExcluirParabéns Moisés
ResponderExcluirSou apaixonada por todas essas narrativas só pesso que continue explorando estas histórias. Parabéns
ResponderExcluirMeus avós têm uma propriedade do lado da Lagoa de Donato muitas das vezes quando eu perdi o horário ao brincar com meus primo quando a gente vinha a gente tentava acompanhar um senhor e nunca conseguimos chegar próximo dele, um certo dia ele se virou pra frente do arame e passou sem se abaixar aí nós falamos ué como é que passa pelo arame sem se abaixar ai meu primo Abraão falou é porque tem um colchete aí chegamos no mesmo local que ele passou sempre se abaixar e vimos que não tinha colchete nenhum aí olhamos um para o outro e saímos na carreira e mas nunca nós que perdeu o horário.
ResponderExcluirEu não sabia que tinha essa história não mas estou sabendo agora chega fiquei assustado mais uma vez kkk
Melhor dizendo tinha a propriedade do lado da Lagoa de Nonato hoje não tem mais
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